O dólar operou em queda nesta segunda-feira ante a maioria das moedas, em correção depois da forte alta na última semana, e com uma ponderação por parte de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano)) sobre a postura “hawkish” da autoridade monetária. Hoje, o presidente da distrital de St. Louis, James Bullard, indicou que o processo de retirada de estímulos tende a ser gradual e ainda está por ser delineado, o que reforçou a busca por riscos no mercado. No caso do euro, os comentários da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, foram observados.

Perto do horário de fechamento do mercado em Nova York, o dólar subia a 110,29 ienes, o euro avançava a US$ 1,1918 e a libra subia a US$ 1,3933. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana contra seis rivais, por sua vez, registrou alta de 0,35%, a 91,899 pontos. Na última semana, o DXY avançou mais de 2%, a maior alta semanal desde março de 2020, aponta a Western Union.

Na última sexta-feira, Bullard havia dito que espera alta da taxa básica de juros em 2022, antes da previsão majoritária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), que sinalizou a elevação em 2023. Segundo a Western Union, a decisão monetária do Fed na última quarta aumentou a volatilidade no câmbio. “O dólar foi o principal beneficiado da guinada hawkish do Fed”, explica. Mas hoje Bullard disse acreditar que vai demorar algum tempo até que o processo de tapering, isto é, a retirada de estímulos, esteja organizado.

No caso do euro, Lagarde afirmou hoje que as taxas de juros na região não estão no “limite inferior efetivo”, e a entidade ainda tem espaço para reduzi-las, caso necessário. “Ainda temos espaço para manobrar nossa política monetária, caso seja apropriado”, disse a dirigente, após reafirmar que o patamar abaixo de zero da taxa de juro para depósitos tem sido positivo para a zona do euro. Depois de atingir a mínima em dois meses e meio ante o dólar, a moeda comum nesta semana buscará direção a partir das pesquisas preliminares sobre o crescimento industrial e com o índice Ifo na Alemanha, prevê a Western Union.

No caso da libra, a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) nesta semana é alvo de atenção. “Um banco central enfatizando uma perspectiva melhor, apesar do adiamento de uma reabertura total na Grã-Bretanha”, pode ajudar a impulsionar a moeda, avalia a Western Union.