O dólar caiu nesta sexta-feira ante outras moedas principais, invertendo o sinal da alta de mais cedo após o relatório mensal de empregos (Payroll) de junho dos Estados Unidos. O dado de criação de vagas veio melhor do que o esperado, mas a taxa de desemprego subiu, o que reforça o argumento de manutenção de uma política monetária relaxada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e tende a pressionar a divisa norte-americana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 111,04 ienes, o euro subia a US$ 1,1865 e a libra tinha alta a US$ 1,3837. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, fechou em baixa de 0,40%, a 92,226 pontos. Na comparação semanal, o DXY subiu 0,41%.

A economia dos EUA gerou 850 mil postos de trabalho em junho, acima do previsto, mas a taxa de desemprego surpreendeu a expectativa da queda a 5,7% e subiu de 5,8% a 5,9%. Após o dado, o dólar enfraqueceu. Para a Stifel, por exemplo, o quadro no emprego dos EUA ainda é misto, o que deve fazer o Fed manter suas compras de bônus “até bem entrado o ano de 2022”.

Já na comparação semanal o DXY subiu. “Embora essa reação seja talvez um pouco intrigante, o quadro geral é que o dólar estendeu sua recuperação após o último encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em relação às outras moedas importantes nesta semana”, aponta a Capital Economics.

A expectativa da consultoria é que o dólar siga se fortalecendo daqui em diante, desde que os indicadores dos Estados Unidos continuem a ter resultados positivos. Sem a divulgação de dados importantes na próxima semana, a Capital acredita que a principal influência se dará a partir da ata de reunião do encontro do Fed, em junho. Espera-se que os dirigentes deem mais informações sobre possível adoção de políticas ‘hawkish’ e quão perto estão de dar o próximo passo na retirada de estímulos, dizem analistas.

Ante moedas emergentes e commodities, o dólar subia a 8,6763 liras turcas, de 8,6489 liras no fim da tarde de ontem. Nesse caso, influencia a expectativa de que o Banco Central da Turquia ceda à pressão do presidente Recep Tayyip Erdogan e decida cortar os juros.