O dólar foi pressionado num primeiro momento pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, mas ainda pela manhã se recuperou e atingiu máximas no dia em relação ao euro. Depois, porém, voltou a perder fôlego, terminando a sessão com o índice DXY, que mede a moeda americana ante uma cesta de outras divisas fortes, praticamente estável.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 106,57 ienes, o euro avançava a US$ 1,1826 e a libra operava estável, a US$ 1,3206. O índice DXY caiu 0,005%, a 93,001 pontos.

Powell apresentou mudanças na política monetária do Fed, com um compromisso de que a meta de inflação de 2% poderá ser superada por um período, para compensar momentos em que os preços ficam abaixo dessa marca. Embora os preços sigam abaixo dessa marca agora, quadro agravado pelo choque da pandemia, isso deve se traduzir em mudanças para a expectativa da inflação e reforçar a credibilidade do Fed, segundo dirigentes da instituição.

Em relatório, o NatWest destacou a flexibilidade sobre a inflação e também o fato de que agora o Fed se mostra mais disposto a deixar o mercado de trabalho aquecer mais. O Rabobank, por outro lado, aponta que isso significará um Fed mais dovish (mais leve) no longo prazo, mas sem mudança relevante na postura antes de 2023, no quadro atual.

Na avaliação do BK Asset Management, o anúncio do Fed já estava precificado pelo mercado cambial. Além disso, o BK comenta que o dólar tendeu a estar apoiado nesta quinta, com investidores interessados em ativos dos EUA, e também destacou certo otimismo contido nas declarações de Powell.

Já sobre o euro, a Capital Economics diz que a divisa comum sofreu um freio, após ganhos recentes em relação ao dólar. Para a consultoria, isso pode estar relacionado em parte a novos episódios de surto da covid-19 no continente, que podem voltar a ameaçar a atividade. Na avaliação da Capital Economics, há motivos para acreditar que a tendência de alta do euro deve estar limitada, no restante deste ano.