O dólar operou sem direção única ante rivais nesta terça-feira, em sessão que precede a decisão de política monetária do Federal reserve (Fed, o banco central norte-americano). Enquanto nos Estados Unidos investidores ficaram em compasso de espera, no Reino Unido, a libra chegou a cair ao seu menor valor ante a moeda americana hoje, diante de incertezas provocadas pela disseminação local da variante delta do coronavírus.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis rivais, fechou em leve alta de 0,02%, aos 90,536 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro apreciava a US$ 1,2129, a libra recuava a US$ 1,4084, e o dólar caía a 110,07 ienes.

“O dólar pode ter dificuldades se o Fed se mantiver nas taxas baixas por mais tempo. No entanto, qualquer mudança material nas perspectivas para as taxas de juros que apontem em um aumento mais rápido das taxas poderia sustentar a divisa”, prevê o analista sênior do Western Union Joe Manimbo, em relatório a clientes.

Além da espera pelo Fed, investidores acompanharam a divulgação de indicadores da economia americana. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,8% em maio ante abril, com alta mensal de 0,7% no núcleo do indicador. A leitura recorde do PPI aumentou as discussões sobre a inflação nos EUA um dia antes da decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), como mostrou reportagem do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Também saíram hoje os dados de vendas no varejo de abril, que caíram abaixo das expectativas, o índice de atividade industrial Empire State, que também recuou, e a produção industrial de maio, medida pelo Fed, que avançou mais que o esperado em maio ante abril.

Na Europa, o euro também operou sem grande impulso, com o mercado olhando a balança comercial da zona do euro, que assinalou o quarto mês seguido de queda nas exportações em abril, além do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) alemão de maio. Já a libra esterlina se enfraqueceu, com o mercado receoso pelo avanço dos casos de coronavírus no Reino Unido, em meio à disseminação da variante delta, identificada primeiro na Índia.

Entre moedas emergentes, o rublo russo ficou próximo à estabilidade ante o dólar, após a agência de estatísticas da Rússia revisar o Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre deste ano, de queda de 1,0% para recuo de 0,7% ante o mesmo trimestre de 2020. Às 16h50 (de Brasília), o dólar tinha alta a 72,215 rublos.