O dólar chegou ao fim desta tarde sem direção única ante rivais, com investidores se posicionando antes do Simpósio de Jackson Hole, na próxima sexta-feira, e de olho no descolamento entre Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e Banco Central Europeu (BCE).

O índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis moedas competitivas, fechou em queda de 0,07%, aos 92,958 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro tinha alta a US$ 1,1759, a libra cedia a US$ 1,3730 e o dólar subia a 109,68 ienes.

No início da sessão, o euro operava próximo ao seu menor nível ante o dólar desde dezembro, com a aposta dos investidores de que o Banco Central Europeu (BCE) manterá uma política monetária acomodatícia e que a zona do euro terá uma recuperação econômica mais lenta do que os EUA. “(…) O BCE continua a errar pelo lado da cautela, mantendo suas compras de títulos em níveis sem precedentes e as taxas de juros em mínimas históricas, o que provavelmente limitará a demanda pelo euro à medida que a divergência política (em relação ao Fed) aumentar”, diz o analista George Vessey, da Western Union.

“O fato do dólar continuar se fortalecendo, apesar das baixas taxas de juros americanas, confirma nossa visão de que, por pior que as coisas possam ficar nos EUA, o resto do mundo parece ainda pior”, afirma o BBH. Caso a perspectiva mude e a economia americana desacelere significativamente, isso “provavelmente” seria um “divisor de águas” para o dólar, diz o banco americano. “O Fed não teria outra opção se não ajustar significativamente suas expectativas sobre o andamento do tapering. Ainda assim, porém, o dólar poderia se manter melhor do que o esperado, já que uma recessão nos EUA provavelmente seria parte de uma desaceleração global mais ampla”.

Nesta sessão, a libra cedeu ante o dólar. “A sensibilidade mais alta da libra para o sentimento de risco comparado ao euro também levou a um aumento na relação euro/libra”, diz o ING, que prevê um risco “significativo” de que haja uma quebra das mínimas da libra, registradas em julho, de US$ 1,3570 nas próximas semanas. “Qualquer estabilização na libra provavelmente dependerá de algumas melhorias provisórias no ambiente de risco global”. Com o Jackson Hole e uma possível queda no apetite por risco e aumento da força do dólar, a libra pode ter ainda mais dificuldades para se recuperar, avalia o banco.

Em relação às moedas emergentes, a Capital Economics prevê que sua recente recuperação será de curta duração e a maior parte das divisas cairá ao longo deste ano. Isso porque o desempenho frente o dólar depende também do quadro doméstico de cada economia, explica a consultoria.

*Com informações da Dow Jones Newswires.