O dólar operou em baixa perante a maioria das moedas nesta quarta, 17, movimento guiado pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) e a coletiva de imprensa do presidente da autoridade, Jerome Powell, reforçando uma postura dovish, e manutenção de juros baixos até pelo menos 2023. A posição impulsionou a busca por ativos de riscos no mercado, e levou a moeda americana, considerada reserva de segurança, a se desvalorizar.

O índice DXY, que mede a variação da moeda dos Estados Unidos ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,43%, a 91,442 pontos. Segundo principal componente do índice, o iene se valorizou perante o dólar, que era cotado a 108,84 ienes no final da tarde em Nova York. Nos próximos dias, a decisão do Banco do Japão (BoJ) de política monetária recebe a atenção dos investidores.

O DXY chegou a operar em alta, mas teve a tendência revertida após a decisão do Fed. Em relatório, o ING destaca o crescente otimismo demonstrado pelo banco central. “A mensagem continua sendo a de que o Fed fará tudo o que for preciso para garantir que a recuperação econômica aconteça e também será paciente antes de remover os estímulos”.

Na coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, minimizou os temores de descontrole inflacionário, que nas últimas semanas vêm impulsionando os retornos de títulos públicos. Rendimentos maiores dos títulos da dívida americana tendem a tornar o dólar mais atrativo.

No Reino Unido, as atenções se voltam à decisão do Banco da Inglaterra (BoE), marcada para amanhã, quando é esperado que se “mantenha as taxas de juros baixíssimas, um pouco acima de zero”, de acordo com a Western Union. “A chave para a libra é se o banco central parece mais otimista com as perspectivas econômicas do que cauteloso com o panorama de curto prazo”, projeta a consultoria sobre as possibilidades da moeda britânica. Hoje, a libra se fortaleceu ante ao dólar, e era cotada a US$ 1,3972 no final da tarde.

Na zona do euro, a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em linha com a marcação anterior teve impacto pequeno na moeda comum. Ainda assim, a Capital Economics estima que, para o restante de 2021, “maior inflação no setor de energia e a redução de distorções relacionadas à pandemia” irão empurrar o nível de preços na zona do euro para mais de 2% ao ano. Ao final da tarde, o euro se fortalecia perante o dólar, e era cotado a US$ 1,1985.