O dólar se valorizou frente moedas fortes nesta quinta-feira, de olho em dados melhores que o esperado nos Estados Unidos. O euro, por sua vez, perdeu forças com inflação recorde na região de moeda comum. Peso chileno e lira turca também se desvalorizam, com indicadores das respectivas economias no radar.

O índice DXY do dólar fechou em alta de 0,85%, a 107,484 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro caía a US$ 1,0097, a libra recuava a US$ 1,1939 e a divisa americana subia a 135,90 ienes.

Referência do dólar ante um cesto de moedas competitivas, o índice DXY renovou máximas após dados norte-americanos.

As vendas de moradias usadas caíram 5,9% em julho ante junho, um pouco abaixo da previsão de 6,1% dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. Já os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA na semana caíram mais do que as projeções.

“O dólar oscilou em torno das altas de três semanas, à medida que mercados continuam a ponderar o caminho à frente para a política monetária americana. A moeda subiu e desceu depois de atingir máximas de dez dias em relação ao dólar canadense e seu nível mais forte em três semanas em relação à libra esterlina”, observa o analista na Convera, Joe Manimbo.

No radar dos operadores, também esteve o índice de preços ao consumidor (CPI) recorde na zona do euro, com salto anual de 8,9% em julho.

Entre emergentes, o Produto Interno Bruto (PIB) do Chile subiu 5,4%, na base anual, no segundo trimestre do ano. Economista-assistente de mercados emergentes na Capital Economics, Kimberley Sperrfechter diz que, com a economia chilena praticamente estagnada, as chances são altas de que esta caia em uma recessão na segunda metade do ano. “Enquanto isso, os riscos atuais continuam a crescer – com o déficit se ampliando para mais de 85 do PIB no segundo trimestro – o que deve manter o peso para trás”, afirma, em relatório. Na marcação, o dólar subia a 929,60 pesos chilenos – contra 897,60 pesos na véspera.

Já na Turquia, apesar da inflação no maior patamar em quase 25 anos, o banco central local elevou os juros básicos em 1 ponto porcentual, a 13%. O dólar ganhou forças ante a lira turca e subia a 18,0493, no horário citado, contra 17,9539 ontem.

O risco de uma crise cambial aumenta, diz o economista sênior para mercados emergentes da Capital Economics, Jason Tuvey. “Afinal, a Turquia está sofrendo com um amplo déficit em conta corrente (mais de 5% do PIB em termos ajustados sazonalmente em junho), grandes dívidas externas de curto prazo e reservas cambiais perigosamente baixas”, afirma o economista, que diz que “as autoridades não estão em condições de apoiar a lira”.