O dólar operou sem direção única ante moedas rivais nesta quinta-feira, 22. A fraqueza do euro, no entanto, em reação à decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter o atual nível de acomodação monetária, apoiou o índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante seis pares fortes.

O DXY teve leve alta de 0,07%, aos 92,822 pontos. Seu principal componente, o euro recuava a US$ 1,1775 no fim da tarde em Nova York, enquanto a libra avançava a US$ 1,3768 e o dólar depreciava a 110,11 ienes.

Além de manter a taxa de juros e o volume do seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), o BCE alterou o seu forward guidance para refletir a sua nova meta de inflação anual a 2%. Enquanto a Capital Economics avalia que a mudança torna a postura da entidade ainda mais “dovish”, o ING e o TD Securities não veem grandes alterações no posicionamento do BCE por conta desta alteração.

Em coletiva de imprensa que seguiu a reunião do conselho do BCE, a presidente da entidade, Christine Lagarde, disse que os dirigentes não discutiram neste encontro a possível redução das compras de ativos, algo que seria prematuro, segundo ela. Lagarde ainda estimou que a inflação deve seguir abaixo da meta do BCE no médio prazo e que a variante delta do coronavírus pode atrasar a recuperação na zona do euro.

Para Kathy Lien, analista do BK Asset Management, ao apresentar pouca volatilidade, o euro demonstrou o comportamento desejado pelo BCE em dias de anúncio de política monetária. Ela ainda estima que os índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) da zona do euro, que saem amanhã, “podem desencadear um impulso de curto prazo para a moeda, mas ganhos estendidos não são esperados”.

Ainda na Europa, a libra se fortaleceu hoje diante do apetite por risco de investidores, segundo avalia o analista Joe Manimbo, do Western Union. A queda menor que o esperado nas encomendas de fabricantes em julho ante junho no Reino Unido também deu suporte à moeda britânica, diz o economista, em relatório enviado a clientes.

Entre moedas emergentes, o rand sul-africano registrou um dos piores desempenhos entre pares na comparação com o dólar, após o BC da África do Sul manter a taxa básica de juros local em 3,5% ao ano. Na período citado anteriormente, o dólar avançava a 14,6986 rands.

Segundo a Capital Economics, a postura “dovish” do BC sul-africano dá suporte à visão da consultoria de que os juros no país não devem subir antes de meados de 2022. A postura de defesa pela acomodação monetária “não espanta”, diz a Capital, já que restrições à atividade foram reforçadas desde a última decisão de juros da entidade, em meio ao recrudescimento da pandemia de covid-19 no país.

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