O dólar operou em baixa hoje ante a maioria das moedas, seguindo a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) e a postura “dovish” do presidente da autoridade, Jerome Powell, que descartou uma elevação de juros em breve. Hoje, a publicação do PIB dos Estados Unidos do segundo trimestre com crescimento abaixo do esperado por analistas reforçou a percepção de que a economia do país ainda seguirá recebendo apoio. Na zona do euro, o destaque foi a publicação do índice de sentimento econômico, que atingiu o maior nível da história, e deu impulso à moeda comum.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 109,92 ienes, o euro avançava a US$ 1,1846 e a libra tinha alta a US$ 1,3905. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras divisas principais, caiu 0,12%, a 92,322 pontos.

O dólar caiu para a mínima em um mês, aponta a Western Union, depois que o Fed sinalizou que não tem pressa em reduzir o estímulo. A alta do dólar nos últimos meses colocou a moeda em um nível elevado, o que “empurrou os rivais para cima, à medida que o euro e a libra atingiram a alta de várias semanas”, aponta a consultoria. A cautela do Fed sobre quando começaria a diminuir os estímulos, no processo conhecido como “tapering”, lançou dúvidas “sobre a atuação do banco central neste ano, o que frustrou alguns otimistas com o dólar”, avalia a Western Union.

Já o crescimento anualizado de 6,5% PIB dos EUA no segundo trimestre reflete o arrefecimento da pandemia de coronavírus e medidas de estímulos econômicos, mas gargalos na cadeia produtiva contiveram o desempenho da maior economia do planeta, na visão do Commerzbank. O resultado ficou abaixo da previsão de analistas consultados pelo Broadcast, que esperavam, na mediana, uma avanço de 8,5%, e no mínimo uma alta de 7,5%.

O índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, subiu de 117,9 pontos em junho para 119 pontos em julho, no maior nível da história, segundo dados publicados hoje pela Comissão Europeia. Na visão da Western Union, o salto pós-Fed do euro ajudou a retirá-lo de um buraco em julho contra o dólar. Já a libra se “capitalizou com o revés do dólar” segundo a Western Union.