O dólar recuperou perdas recentes e operou em alta ante as principais moedas rivais durante a sessão desta sexta-feira, 26. A volatilidade no mercado dos Treasuries, os títulos da dívida pública dos Estados Unidos, foi o principal motivo a direcionar investidores para a segurança da divisa americana.

No fim da tarde em Nova York, o euro recuava a US$ 1,2077, respondendo à movimentação nos Treasuries, segundo avaliou o Western Union em relatório. Já a libra caía a US$ 1,3939, enquanto o dólar se valorizava a 106,58 ienes. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA em relação a outras seis moedas fortes, fechou em alta de x,xx%, aos pontos. Na semana, o índice acumulou ganhos de x,xx%.

O estrategista de câmbio da BMO Capital Markets Stephen Gallo avalia que a alta do dólar hoje foi impulsionada por investidores que haviam apostado na queda da moeda americana, mas agora estão retomando suas posições compradas. “Na maior parte, vemos a recuperação do dólar como sendo o resultado da cobertura de posições vendidas desencadeada pela extrema volatilidade no mercado dos títulos públicos que eventualmente se espalhou para ações, commodities e câmbio estrangeiro”, afirmou Gallo à Dow Jones Newswires.

Para o analista sênior de mercados do Western Union, Joe Manimbo, apesar da confiança por uma recuperação econômica nos EUA que fizeram os rendimentos dos Treasuries subirem recentemente, a alta dos bônus faz investidores se preocuparem com uma possível alta da inflação no país, o que pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a aumentar a taxa dos Fed funds. O presidente da instituição, Jerome Powell, porém, descartou nesta semana que isso deve ocorrer no futuro próximo.

Apesar das quedas de ontem e hoje da libra, o UniCredit espera que a moeda britânica retome sua trajetória recente de alta. Segundo o estrategista de câmbio do banco Roberto Mialich a sinalização de Powell de que a acomodação monetária promovida pelo Fed não deve ser suspensa tão cedo deve favorecer divisas sensíveis ao risco, como é o caso da libra. Para Mialich, a moeda britânica ainda tem espaço para superar a marca de US$ 1,42.

Entre moedas emergentes, a Capital Economics vê impactos da alta dos rendimentos dos Treasuries nas divisas asiáticas, que se desvalorizaram em grande parte ante o dólar hoje. Perto do fechamento dos mercados em NY, o dólar subia a 6,4762 yuans, 1127,74 won sul-coreanos e 73,937 rupias indianas.

A consultoria ainda afirma, em relatório a clientes, que a aprovação do pacote de estímulos fiscais nos EUA não deve favorecer tanto as divisas asiáticas, bem como os mercados em geral da região. Apesar de uma provável alta na demanda americana, as importações de produtos eletrônicos não devem figurar entre os setores mais beneficiados, com um espaço de recuperação maior para serviços ligados a viagens e lazer.

*Com informações da Dow Jones Newswires