O dólar se valorizou nesta quarta-feira, 22, com investidores atentos aos sinais do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), sobretudo nas declarações de seu presidente, Jerome Powell. O Fed manteve os juros, como esperado, mas seu gráfico de pontos mostrou mais dirigentes esperando elevação na taxa adiante, enquanto Powell sinalizou que o início da redução nas compras de bônus (“tapering”) é iminente.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 109,78 ienes, o euro caía a US$ 1,1703 e a libra tinha baixa a US$ 1,3628. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas principais, avançou 0,28%, a 93,462 pontos.

O dólar chegou a recuar logo após a decisão do Fed, mesmo que o comunicado já afirmasse que, caso o progresso econômico continue como esperado, o tapering pode começar em breve. Durante a entrevista coletiva do BC, porém, a divisa americana ganhou fôlego, após Powell reforçar que isso pode ocorrer em breve, citando novembro como data possível para o início da redução das compras e com o fim desse processo em meados de 2022. Powell também disse, porém, que a diminuição das compras de bônus deve ser gradual e que o Fed deseja ter maleabilidade para ajustes no ritmo das compras nesse período, a depender do quadro.

O ING considera que o Fed deve mesmo começar o tapering em novembro e acredita que a elevação de juros virá em setembro de 2022. Para o banco holandês, a inflação deve se mostrar mais forte e persistente do que o previsto nos EUA, com problemas na cadeia de produção, levando os dirigentes a apertar a política monetária para conter o quadro. A Pantheon também acredita no início do tapering em novembro, mas condiciona isso à resolução do tema da elevação do teto da dívida, atualmente em discussões no Congresso americano.