Antes de abrir seu primeiro escritório, ocupando 38 m2 da Avenida Paulista, em São Paulo, Marco Stefanini trabalhava em casa. Foi ali, no final da década de 80, que ele teve a ideia de oferecer cursos de tecnologia que pudessem capacitar profissionais de grandes empresas, como Lloyds, Bradesco e Itaú. Passados mais de 30 anos, a ideia de se relacionar com grandes grupos segue alimentando o crescimento de uma das empresas líderes em tecnologia do Brasil, hoje com 72 escritórios em 69 cidades de 41 países. “Um grande case da Stefanini foi aprender a se transformar transformando os outros”, diz o fundador Marco Stefanini. “A gente combina uma visão de resultados de curto prazo, que têm sido consistentes, com um olhar para o futuro — que vai sempre ser diferente do que aquilo que vemos hoje”. Na prática, isso significa manter um controle rigoroso de toda a operação financeira no dia a dia para que os resultados possam ser investidos na expansão. “Se você tiver um foco muito de curto prazo, extraindo o máximo do que é possível agora, compromete o negócio nos próximos anos”, afirma o empresário. Ao longo de três décadas, ele jamais terminou um ano com resultado menor que o do anterior. “A liderança familiar é importante para manter a visão de longo prazo”, acrescenta.

A fórmula tem dado certo. Entre 2009 e 2018, o faturamento bruto saltou de R$ 510 milhões para R$ 3 bilhões. Nesse período, o grupo adquiriu 17 empresas no Brasil e no exterior, formou duas joint-ventures e promoveu duas fusões, além de criar novos negócios estratégicos. Todos os investimentos foram realizados com recursos próprios. Para o fundador, alguns aspectos da governança explicam a ótima performance. “Temas que hoje estão muito em voga, como criar comitês para tratar de diversidade, por exemplo, já fazem parte da nossa cultura há muito tempo. Metade da nossa liderança no Brasil é formada por mulheres. Nos Estados Unidos, elas são dois terços”.

Por falar em diversidade, a presença internacional da empresa, que atua em mercados tão diversos como Alemanha e Filipinas, China e Moldávia, contribui para a construção permanente de uma cultura que se apoia na empatia, em entender as necessidades de clientes e colaboradores, aprendendo com as características e comportamentos de cada um deles. A maior prova está no programa criado para auxiliar outras empresas que precisam entender o que é transformação digital. Por meio de uma parceria com o Insead, uma mais prestigiadas escolas de negócios do mundo, a Stefanini oferece a executivos C-Level de empresas de diversos segmentos o programa Programa Leadership Transformation, um curso imersivo de cinco dias no campus de Fontainebleau, a 75 km de Paris, na França.

Nas duas primeiras turmas realizadas até agora, a taxa de satisfação foi de 98%. “O importante desse curso é mostrar para as lideranças que a transformação digital não decorre de uma tecnologia e sim da mudança de modelo mental. O mindset empreendedor é fundamental para fazer frente aos desafios dessa transformação”. Para Stefanini, há uma via de mão dupla que fortalece ambos. O contato com os clientes de primeira linha que fazem parte do programa também traz novos aprendizados. “Essa é a nossa riqueza”.