A farmacêutica americana Moderna foi acusada pela segunda vez de ter roubado tecnologia para desenvolver sua vacina contra a Covid-19. A Arbutus Biopharma e a Genevant Sciences, ambas pequenas empresas de biotecnologia, entraram na justiça contra a vacina de RNA mensageiro registrada pela Moderna.

Segundo o Washington Post, a Moderna é acusada de ter violado a patente para a tecnologia de nanopartículas lipídicas. As empresas alegam “anos de trabalho meticuloso para desenvolver e refinar” a tecnologia utilizada.

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A Moderna perdeu, no final de 2021, uma longa batalha pelas patentes da vacina em decisão do Tribunal de Apelações dos EUA. A empresa espera que a venda de vacinas contra o coronavírus alcance lucro de US$ 19 bilhões neste ano.

Já a Arbutus e a Genevant, fundada por ex-cientistas da Arbutus, exigem parte das receitas da Moderna com a vacina como royalties (direitos autorais).

A Moderna, que desenvolveu o imunizante em menos de um ano, já enfrenta também outro processo pela disputa de patentes, mas desta vez com o governo federal. A empresa contestou as acusações de que três cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde foram co-inventores da vacina.

Esses três cientistas trabalharam para a Moderna em janeiro de 2020 para desenvolver um anticorpo à proteína spike, que o coronavírus utiliza para se agarrar às células humanas. A Moderna ainda recebeu bilhões em financiamento federal para desenvolver as vacinas.

“Contando com a tecnologia de partícula de nanotecnologia lipídica da Arbutus, a Moderna conseguiu começar a produzir sua vacina contra a Covid-19 em apenas alguns dias após a sequência genômica do SARS-CoV-2 entrar no domínio público”, diz o processo das empresas privadas contra a Moderna.

“A vacina da Moderna não poderia ter sido desenvolvida, muito menos em um tempo recorde sem precedentes na história humana, sem a patente da Arbutus”.