De calça curta a Dafiti entende. Durante os primeiros seis anos, a empresa criada em janeiro de 2011 deu prejuízo, em nome dos investimentos. O dinheiro para construir a plataforma não permitiu deixar em azul a última linha do balanço. Foi a partir de 2017 que as receitas e despesas ficaram bem costuradas e a empresa apresentou Ebitda positivo pela primeira vez e receita líquida de R$ 1,4 bilhão. Para evitar a volta ao passado, a smartfashion aposta no mercado de luxo como proposta de diversificação de oferta e público.A mais nova entrante no portfólio premium do marketplace é a A|X Armani Exchange, linha com coleções mais jovens e casuais da grife italiana Giorgio Armani. Disponibilizando 250 produtos entre roupas e acessórios masculinos e femininos, junta-se a outras marcas já presentes na plataforma, como Hugo Boss, Lacoste, Michael Kors e Polo Ralph Lauren.

A expansão da linha premium da Dafiti, lançada em outubro de 2021, vem ao encontro do bom momento do e-commerce nacional, que cresceu 12,6% e faturou R$ 39,6 bilhões no primeiro trimestre de 2022, de acordo com pesquisa da Neotrust. Nesse universo, o setor de moda e acessórios obteve um dos melhores desempenhos, com alta de 25,5% no faturamento. Soma-se a isso, o impacto do consumo das classes mais altas, que não para de crescer. Estudo da IPC Maps indica que o potencial de compra do segmento de moda para a classe A em 2022 é de mais de R$ 19,1 bilhões, aumento de 26,6% comparado com o ano passado.

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“Se o acesso ao luxo não for democratizado não haverá mais essa experiência de compra para a nova geração, que é digital native e aprendeu a comprar primeiro pelo celular” Paulo Conegero Fundador da P.CON.

A empreitada busca alcançar o que Paula Panachão, diretora comercial da Dafiti, chama de luxo acessível. “Procuramos ampliar as possibilidades de compra trazendo para o portfólio marcas-desejo com informação de moda”, disse. Para isso, aposta nas facilidades que a empresa oferece aos consumidores, como variedade de formas de pagamento e capilaridade de distribuição com a logística. Segundo ela, o intuito da categoria premium é reunir em um só lugar “clássicos must-have de marcas requisitadas, nacionais e internacionais, com oferta de tamanhos, sortimento atrativo e a conveniência de compra do e-commerce, aliada ao melhor preço”.

Paulo Conegero, expert em transformação digital e fundador da P.CON, afirma que esse tipo de movimento praticado pela Dafiti é extremamente importante para que as marcas continuem saudáveis em um mercado competitivo e em constante renovação. Segundo ele, “se o acesso ao luxo não for democratizado não haverá mais essa experiência de compra para a nova geração, que é digital native e aprendeu a comprar primeiro pelo celular e depois em uma loja.”

NA CAIXA Para atender o jovem no mercado de luxo é preciso, além de marcas renomadas, experiência de compra e entrega eficiente. (Crédito:Rafael Roncato)

HORIZONTE A jogada da Dafiti no setor premium busca a ampliação do público consumidor, com novas opções para os 7,7 milhões de clientes ativos, além de possibilitar que o cliente de marcas de maior valor encontre no marketplace uma opção de compra. Ao mesmo tempo, colabora para um processo de digitalização e expansão da moda de alto padrão. O desafio, porém, é manter valores comumente atrelados a esse mercado, como experiência e exclusividade.

Nesse sentido, Conegero reforça que é necessário que as marcas imprimam a própria identidade dentro do marketplace. Para isso, a Dafiti investe na diferenciação da seção premium, com uma identidade própria, e facilidades na experiência de compra pelo site e pelo aplicativo, além de garantir conteúdos com dicas de tendência, curadoria e informações de um time de influencers da marca. Já são 10 mil itens na categoria premium, em um mix que contempla as coleções atuais e os clássicos das grandes marcas. O objetivo é ter uma nova parceira por mês entrando nesse segmento.