As autoridades de Moçambique anularam, nesta quinta-feira, todos os voos para a cidade de Pemba, no norte do país, diante da iminente chegada do ciclone Kenneth, um mês após a passagem do Idai que deixou mais de 600 mortos.

Espera-se que o ciclone, que atingiu na madrugada desta quinta-feira o arquipélago de Comores, chegue esta tarde no norte de Moçambique, na fronteira com a Tanzânia.

As fortes chuvas podem causar inundações e deslizamentos de terra nas províncias de Cabo Delgado e Nampula (norte), alertaram as Nações Unidas.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) disse estar “particularmente preocupada” com os danos que Kenneth poderia provocar em Moçambique, “onde a população está se recuperando da devastação do ciclone Idai”, que atingiu o centro do país em meados de março.

“Outra tempestade seria mais um golpe contra o povo moçambicano, que tenta se recuperar” de Idai, estimou o Programa Alimentar Mundial (PAM), que está ajudando um milhão de pessoas atingidas pelo ciclone no sul da África.

Em Comores, as autoridades tentavam nesta quinta-feira quantificar a extensão dos danos, depois que os fortes ventos arrancaram árvores e talhados, constatou um jornalista da AFP.

“O ciclone tropical Kenneth continua a afastar-se de nossas ilhas”, declarou esta manhã a direção técnica de meteorologia das Comores (ANACM) em sua página no Facebook.

O ciclone Idai causou cerca de mil mortes e danos de 2 bilhões de dólares em Moçambique, Zimbábue e Malaui, de acordo com o Banco Mundial.

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