A Eletrobras deve voltar a ser um player de investimento nas áreas de geração e transmissão de energia ao fim de 2018, segundo o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Pedrosa. Em sua opinião, a empresa iniciou um processo de recuperação e, no ano que vem, “será uma nova companhia”.

Hoje, disse ele, a Eletrobras “continua sendo uma fonte de inadimplência na CCEE (responsável pela comercialização de energia elétrica no mercado livre) e está retomando o pagamento de um conjunto de fornecedores, mas ainda não conseguiu retomar essa normalidade e isso tem trazido problemas”.

Durante o 6º Encontro Latino-americano de Economia Energética, no Rio, ele afirmou ainda que uma grande fornecedora francesa foi ao ministério reclamar do atraso de pagamento por fornecimento à usina nuclear Angra 3. “Os problemas do setor elétrico se espalham em toda cadeia. As empresas de consultoria e fornecedoras sofreram muito. Os fornecedores internacionais têm também pendências”, afirmou.

Segundo o secretário, as distribuidoras federalizadas, assumidas pela Eletrobras, foram um “desvio na vocação natural” da companhia, que é a concentração dos negócios no segmento de geração e transmissão de energia. Sobre a venda das distribuidoras até o fim do ano, ele disse não haver pressão da Fazenda para que gere arrecadação ao Tesouro.

“A Fazenda sabe o que está em jogo nesse processo. Na possibilidade de ter ágio, Fazenda e Eletrobras poderão compartilhá-lo”, afirmou.

Após o evento, Pedrosa informou também que o governo poderá levar a leilão a concessão de três usinas que são objeto de discussão com a Cemig – São Simão, Miranda e Jaguara.