Um grupo formado por 70 empresas credoras do consórcio Sinopec/Galvão Engenharia acaba de ser constituído para tentar uma missão quase impossível: reaver cerca de R$ 120 milhões. O consórcio formado entre a chinesa Sinopec e a brasileira Galvão Engenharia era responsável pela construção da fábrica UFN 3 (unidade de fertilizantes nitrogenados), em Três Lagoas (MS). As obras começaram em 2011 e foram interrompidas em dezembro de 2014, com quase 85% concluídas, quando a Petrobras rescindiu o contrato alegando não-cumprimento de alguns pontos do acordo. O que restou, desde então, foi o desemprego em massa na região e uma grave crise financeira para as empresas parceiras do consórcio.

Em agosto foi iniciado o pedido de recuperação judicial da Sinopec Brasil na Justiça do Rio. Na opinião dos credores, a companhia asiática faz propostas descabidas, como por exemplo: 15% do crédito à vista ou 30% a receber em dez anos. A Petrobras, por seu lado, pretende vender a unidade e já abriu conversas com um grupo russo. A fábrica tinha como missão aumentar a oferta interna de fertilizantes nitrogenados, reduzir a necessidade de importação desses produtos e agregar valor e flexibilidade ao negócio de gás e energia.

(Nota publicada na Edição 1096 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Cláudio Gradilone)