O ministro da Fazenda argentino, Hernán Lacunza, recomendou uma renegociação “rápida e amigável” da dívida do país, que sobe para 315 bilhões de dólares, seja qual for o governo resultante das eleições de 27 de outubro.

“Ganhe quem ganhar, a Argentina tem que encarar uma negociação amigável para recuperar o crédito voluntário. Não há tempo a perder”, disse Lacunza em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira.

Segundo Lacunza, a dívida da Argentina é equivalente a 68% de seu Produto Interno Bruto, tendo como referência os últimos quatro trimestres. No entanto, as agências de classificação de risco estimam um percentual próximo a 100% do PIB.

“Achamos que este é um bom ponto de partida para conversar com nossos credores sobre qual é a capacidade de pagamento. A Argentina precisa recuperar o crédito voluntário”, disse o ministro.

Com um nível de reservas internacionais de cerca de 48 bilhões de dólares, Lacunza disse que “há recursos para vários meses” e insistiu que “qualquer negociação com credores deve ser voluntária e rápida”.

“Uma negociação hostil seria mais onerosa. Nenhum país pode passar um ano e meio pagando dívidas sem refinanciamento, nenhum país faz isso”, disse.

Lacunza e o presidente do Banco Central, Guido Sandleris, devem se reunir na próxima sexta-feira em Washington com a nova diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.