O ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire, disse nesta terça-feira que haverá uma “forte resposta” da União Europeia (UE) se o governo dos EUA seguir adiante com uma proposta de tarifar em 100% até US$ 2,4 bilhões em produtos franceses, incluindo vinhos, champanhes e queijos.

Ontem, o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês) propôs a punição tarifária por causa de um imposto francês sobre serviços digitais que prejudica gigantes da tecnologia, como as americanas Google, Amazon e Facebook.

“É simplesmente inaceitável”, disse Le Maire à Radio Classique. “Não é o comportamento que esperamos dos EUA em relação a um dos seus maiores aliados.”

Segundo Le Maire, o imposto francês tem o objetivo de “estabelecer justiça tributária”. A França deseja que empresas digitais paguem impostos em países onde faturam e faz pressão para que seja fechado um acordo internacional sobre o acordo.

Embora tenha insistido que uma guerra comercial “não é do interesse de ninguém”, Le Maire disse que a França conversou esta semana com a Comissão Europeia sobre medidas retaliatórias da UE caso Washington cumpra a ameaça de tarifar bens franceses.

Mais cedo, durante coletiva de imprensa em Londres, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que Washington vai tarifar os vinhos da França e “todo o resto”, em razão do imposto, e que não vai permitir que a França “tire vantagem” de empresas americanas. “Não sou apaixonado por essas empresas (de tecnologia), mas são nossas empresas”, disse o presidente.

Trump está na capital inglesa para participar de reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Com informações da Associated Press.