O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que a homologação das delações premiadas de executivos da Odebrecht passa um recado para a sociedade e para os investigados pela Operação Lava Jato. A decisão foi tomada pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, na manhã desta segunda-feira, 30, penúltimo dia antes do fim do recesso do Judiciário.

“O recado que passa para a sociedade é que as instituições estão funcionando, e para os investigados, que não houve paralisação. Ou seja, eles não podem simplesmente apostar no tempo”, afirmou Marco Aurélio Mello ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Marco Aurélio Mello disse que recebeu com naturalidade a decisão da ministra Cármen Lúcia de validar as delações. “Eu não supunha que ela fosse homologar, mas recebi com naturalidade. E evidentemente ela decidiu segundo convencimento possuído”, disse.

Questionado sobre se a presidente deve decidir sobre a relatoria da Lava Jato ainda nesta semana, o ministro disse que sim e que não é bom deixar parados outros procedimentos que dependem da escolha de um novo relator para terem continuidade.

“Da mesma forma que houve a homologação, nós teremos a redistribuição, porque existem outros procedimentos em andamento que, enquanto não se tiver um relator, ficarão parados. Isto não é bom em termos de investigação, em termos de persecução penal”, afirmou o ministro, que voltou a Brasília este domingo para o reinício do ano judiciário do STF.