Um dia depois de o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ter pedido “providências”, sua pasta determinou a suspensão do filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”. As plataformas que possuem o direito de transmissão ficam proibidas de veicular o longa-metragem baseado no livro do humorista Danilo Gentili.

A Netflix, que exibe o filme desde 2017, deve retirar o filme em até cinco dias de seu catálogo sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A decisão foi tomada pela Secretaria Nacional do Consumidor, informou Torres em postagem em rede social nesta terça-feira (15).

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O filme lançado em novembro de 2017, por algum motivo, chamou a atenção de políticos bolsonaristas apenas neste final de semana. Eles acusam a obra, protagonizada por Fábio Porchat, de promover pedofilia baseada em uma cena.

Torres alega que a censura é aplicada com a finalidade de “proteção à criança e ao adolescente”. O ministro alegou que o filme tem “detalhes asquerosos”.

Curioso foi que muitos políticos ligados ao governo de Jair Bolsonaro (PL) elogiaram o “politicamente incorreto” do filme depois de seu lançamento. O pastor Marco Feliciano, por exemplo, apagou seus elogios e posicionou-se publicamente contra a obra: ele diz “não se recordar” da cena que despertou o que seria uma polêmica.

Já Gentili demonstrou orgulho por “desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista”.

Com captação de R$ 7.553.886,50 via Lei Rouanet sob o governo de Michel Temer (MDB), o filme tem classificação etária imprópria a menores de 14 anos.