O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, propôs nesta segunda-feira, 28, um imposto corporativo global de 25%, tendo em vista a recuperação da crise gerada pela pandemia de covid-19. Em um evento do G24, grupo composto por nações emergentes, o argentino indicou que a alíquota de 15% que os países desenvolvidos vem propondo é “muito baixa”, sugerindo que as empresas multinacionais deveriam pagar um valor maior.

“Defendemos mais de 15%, certamente não menos que 21%, e 25% seria ainda melhor”, resumiu o ministro sobre sua visão sobre o imposto global para empresas no evento realizado em parceria com a Comissão Independente para a Reforma da Tributação Internacional das Sociedades (ICRICT, na sigla em inglês).

“Há um risco substancial de que a alíquota mínima se torne a máxima” com o atual projeto, e há a chance de aumento da desigualdade por conta da maneira na qual os lucros serão divididos, afirmou Guzmán. Na visão do argentino, a maneira pela qual os ganhos das empresas são contabilizados na atual proposta deveria ser aperfeiçoada.

Segundo o ministro, os últimos anos representaram uma série de perdas sociais e ambientais, e taxar as “multinacionais é necessário”, tendo em vista que as mesmas representam alguns aspectos negativos da globalização. “Há um longo caminho para termos regras condizentes com os desafios que enfrentamos hoje”, indicou.

Guzmán afirmou que irá apresentar seus pontos na reunião de ministros das Finanças do G20 em duas semanas, evento que está marcado para ocorrer em Veneza.