O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira a aplicação de uma terceira dose de vacina contra a Covid-19 em maiores de 70 anos e imunossuprimidos em meados de setembro.

“Com isso, vamos buscar uma proteção maior, sobretudo contra a variante delta, que é uma preocupação”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante entrevista coletiva em Brasília.

A vacina estará disponível apenas para aqueles que, dentro desses grupos, tiverem recebido a segunda dose de qualquer vacina há pelo menos seis meses. Inicialmente, estima-se que atendam a esse critério 1,1 milhão de pessoas, que receberão o imunizante da Pfizer ou os opcionais Janssen e Astazeneca.

Outros países da região, como Uruguai, Chile e Colômbia, já autorizaram a terceira dose em alguns grupos vulneráveis, embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha descartado a necessidade, levando em consideração a escassez de imunizantes em alguns países.

Queiroga anunciou ainda que o intervalo entre as doses de algumas vacinas será encurtado de 12 para oito semanas.

Após a fala do ministro, o governador de São Paulo, João Doria, informou que irá habilitar a terceira dose para maiores de 60 anos imunizados há mais de seis meses, a partir de 6 de setembro, antecipando-se ao governo de seu opositor Jair Bolsonaro. No entanto, pessoas vulneráveis devido a diferentes patologias não foram incluídas.

Um total de 125 milhões de brasileiros maiores de 18 anos (77%) já receberam a primeira dose, e mais de 56 milhões (cerca de 35%), o esquema completo. Especialistas consideram fundamental um avanço acelerado da vacinação, para evitar o surgimento de novas variantes de coronavírus, que poderiam ter impacto na eficácia das vacinas.