SÃO PAULO (Reuters) – A Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, anunciou nesta quinta-feira a meta de se tornar “carbono neutro” até 2035 e disse que investirá até 1,5 bilhão de reais em projetos que ajudem a reduzir as emissões em toda a cadeia produtiva até a data anunciada.

“A companhia se compromete a reduzir em 30% a intensidade das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) nos escopos 1 e 2 até 2030; e a manter sua matriz energética carbono neutro com 100% da energia advinda de fontes renováveis – meta já alcançada em 2020.”

A empresa disse em comunicado que o primeiro compromisso é garantir o fim do desmatamento ilegal em toda a cadeia de abastecimento na América do Sul.

“Seguiremos com o monitoramento geográfico em todos os territórios do Brasil e vamos expandir para 100% dos fornecedores diretos no Paraguai, em 2021; na Colômbia, em 2023; no Uruguai, em 2025; e nos demais países do continente até 2030”, disse em nota o diretor de Sustentabilidade da empresa, Taciano Custódio.

Até o fim deste ano, a Minerva disse que irá integrar a ferramenta Visipec a seu sistema de monitoramento geográfico para a Amazônia, que proporciona uma avaliação de riscos relacionados às fazendas fornecedoras indiretas. A ferramenta foi desenvolvida pela Universidade de Wisconsin em parceria com a National Wildlife Federation (NWF).

Além disso, os produtores rurais receberão a mesma tecnologia geoespacial que a companhia utiliza para obter melhores resultados de monitoramento no setor, por meio de um aplicativo de verificação de fornecedores desenvolvido pela Niceplanet Geotecnologia. O benefício será disponibilizado até dezembro deste ano no Brasil, e nos demais países até 2030.

A Minerva também afirmou que irá inserir 50% dos fornecedores de carne bovina no Novo Programa de Baixa Emissão de Carbono até 2030.

“Temos o entendimento de que a corrida para emissão líquida zero deve ser um esforço coletivo. Por isso, estamos envolvidos em parcerias e coalizões com o objetivo de abordar as mudanças climáticas e impulsionar a sustentabilidade do setor”, enfatizou Custódio.

O Brasil detém um dos maiores rebanhos comerciais do mundo, e fazendas de gado são vistas como uma das causadoras do desmatamento na floresta amazônica.

O metano, um gás causado pela digestão do gado e outros ruminantes, também é uma importante fonte de emissões de gases de efeito estufa –daí o engajamento do setor de frigoríficos para mitigar as emissões.

No mês passado, a concorrente JBS se comprometeu a zerar o balanço de suas emissões de gases de efeito estufa até 2040 nas operações globais, com o auxílio de um investimento de 1 bilhão de dólares em soluções nos próximos 10 anos.

(Por Nayara Figueiredo; Edição de Luciano Costa)

tagreuters.com2021binary_LYNXMPEH3E1B2-BASEIMAGE