Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A mineradora canadense Yamana Gold concluiu testes em seu complexo de minas de ouro Jacobina, na Bahia, cujos resultados superaram expectativas para um planejado aumento de produção nos próximos anos, com menores custos, afirmou à Reuters o CEO global da companhia, Peter Marrone, nesta sexta-feira.

A empresa planeja elevar a capacidade de produção anual a 230 mil onças até o segundo semestre de 2023, ante as cerca de 180 mil onças produzidos atualmente, como parte da segunda etapa de sua expansão, conforme o executivo. Com a ampliação, será possível produzir 8,5 mil toneladas por dia.

Após os testes, a empresa pôde reduzir em até cerca de 70% os investimentos previstos para a ampliação entre 2021 e 2023 para o intervalo entre 15 milhões e 20 milhões de dólares, ante 57 milhões de dólares previstos anteriormente. Grande parte dos aportes será empenhada em 2022.

O corte de custos foi possível após os testes mostrarem que a planta de processamento do ativo pode atingir com segurança uma taxa de produção diária de mais de 8,5 mil toneladas por dia, tornando-se desnecessária a construção de uma nova planta conforme havia sido planejado.

“A planta é muito mais eficiente do que entendíamos inicialmente”, disse Marrone, em uma entrevista por videoconferência.

A Yamana, que atualmente é a terceira maior produtora de ouro do Brasil, perdendo apenas para a Kinross e a AngloGold Ashanti, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), já realizou ampliação importante de suas atividades no Brasil nos últimos anos.

Em 2014, a Yamana lançou uma importante iniciativa para desbloquear potencial das minas – desde então, a produção de ouro mais que dobrou de 75 mil onças, em 2014, para 177 mil onças, em 2020, frisou Marrone. A expectativa para este ano é produzir 180 mil onças.

No segundo trimestre deste ano, Jacobina produziu 7,2 mil toneladas por dia, um aumento de 5% ante o trimestre anterior, informou a companhia ao mercado.

Marrone destacou ainda que foram atingidos fortes resultados de exploração para apoiar o plano de expansão, nas seguintes minas que compõem o complexo Jacobina: João Belo, Canavieiras e Morro do Vento.

“Os resultados ressaltam o excepcional potencial de crescimento de longo prazo da Jacobina e a capacidade de estender ainda mais a vida estratégica da mina”, disse a empresa em comunicado.

A companhia já planeja também uma terceira fase de expansão, para 10 mil toneladas por dia, cuja engenharia avançará em paralelo com a fase 2 e o estudo de viabilidade poderá ser concluído em 2023. A ideia é iniciar o comissionamento dessa futura fase em 2027.

(Por Marta Nogueira)

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