A China detém um vasto império no comércio global de moedas criptográficas, sendo responsável pela maioria do processo de mineração. Paralelamente, estabeleceu o ano de 2030 para diminuir as suas emissões de carbono. Estas duas responsabilidades não são compatíveis e a mineração de moedas poderá comprometer os objetivos climáticos estabelecidos pela China.

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Embora não seja um processo muito conhecido, as moedas criptográficas dependem de uma tecnologia apelidada de blockchain. Em grosso modo é uma base de dados compartilhada de transações cujas entradas devem ser confirmadas e encriptadas.

Esta rede de mineração é gerada por “mineiros ou mineradores” que utilizam computadores poderosos para verificar as transações. Estas máquinas consomem quantidades absurdas de eletricidade. Conforme revela um estudo publicado na revista Nature, as minas de Bitcoin chinesas, que consomem quantidades enormes de eletricidade, alimentam quase 80% do comércio global de moedas criptográficas.

Desses, 40% são alimentados com carvão, sendo os restantes com energias renováveis. Este consumo excessivo poderá pôr em risco os objetivos da China em reduzir as emissões de carbono, até 2030, e atingir a neutralidade, até 2060.

De acordo com o estudo, se não forem implementados controles, as minas na China gerarão 130,5 milhões de toneladas métricas de emissões de carbono, até 2024. Este valor aproxima-se das emissões anuais de gases com efeito de estufa da Arábia Saudita, por exemplo, rica em petróleo.

“A operação intensiva da blockchain de moedas de Bitcoin na China pode crescer rapidamente como uma ameaça que pode potencialmente minar o esforço de redução de emissões.”