Motivos para a doação de 26 milhões de dólares foram o amor pelos animais e a gratidão pela cidade, onde ela nasceu e, junto com o marido, sobreviveu à Segunda Guerra Mundial devido à ajuda de moradores.A morte de uma milionária que nasceu em Colônia, mas morava há décadas nos Estados Unidos, trouxe uma surpresa para o zoológico da cidade, no oeste da Alemanha: a fortuna dela será inteiramente repassada para o parque, de acordo com informações divulgadas pelo zoo na última quarta-feira (04/01).

Elizabeth Reichert morreu em meados de fevereiro de 2022, aos 96 anos, e já havia prometido o repasse da herança ao jardim zoológico, que foi informado sobre a doação em dezembro pelo responsável pelo patrimônio da idosa.

Promessa feita, promessa cumprida: a primeira remessa, de 700 mil dólares, já chegou à Alemanha. O zoológico, no entanto, receberá um total de 26 milhões de dólares (em torno de 24,5 milhões de euros, ou mais de R$ 135 milhões).

Conforme os documentos, o dinheiro foi colocado em um fundo. Assim, os repasses deverão ser feitos todos os anos, em quantias que podem aumentar gradativamente, chegando a até 1,5 milhão de euros.

Christopher Landsberg, diretor do zoológico de Colônia, afirmou que o processo organizacional para consolidar a doação levou meses devido a regulamentos e exigências legais envolvendo Estados Unidos e Alemanha.

“Com isso, asseguramos uma receita adicional significativa para o zoológico”, disse, acrescentando que a criação do fundo também garante que o zoo se beneficie dos valores que serão repassados durante um “longo período” e por “muitas gerações”.

Segundo o zoo, os motivos para a doação são dois: o amor pelos animais e a gratidão pela cidade de Colônia, onde Elizabeth nasceu e conheceu o marido, Arnulf Reichert, em 1944.

Judeu, ele teve de se esconder dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, o que só foi possível devido à ajuda de moradores de Colônia.

Após o fim do conflito, eles foram juntos para os Estados Unidos, onde fundaram um comércio atacadista de produtos animais. Arnulf morreu em 1998.

gb (AFP, dpa, ots)