A milícia iraniana Basij alegou que Teerã impediu uma “guerra mundial” no Irã, acusando Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita de estarem envolvidos nas revoltas registradas nos últimos dias.

Os tumultos começaram em 15 de novembro, após o anúncio de uma reforma do sistema de subsídios à gasolina, destinado a beneficiar famílias menos favorecidas, mas acompanhado por um aumento muito acentuado dos preços.

Teerã proclamou na quarta-feira a “vitória” contra uma “conspiração” promovida no exterior.

As autoridades indicaram que os líderes das manifestações, que queimaram ou atacaram postos de gasolina, mesquitas e prédios públicos, foram presos.

“Uma verdadeira guerra mundial contra o sistema e a Revolução surgiu, mas, felizmente, não foi viável”, disse o general Salar Abnoosh, vice-chefe de base, citado pela agência de notícias ISNA.

O general Abnoosh afirmou que os interrogatórios dos detidos revelaram que uma “coalizão do mal”, composta por “sionistas dos Estados Unidos e da Arábia Saudita”, foi a causa da “sedição”.

Ele também observou que a desconexão da Internet por parte das autoridades, iniciada na noite de 16 de abril, ajudou a “perturbar” os planos dos inimigos do Irã.

Nesta sexta-feira (22), autoridades e agências de notícias informaram que a Internet será gradualmente restaurada.

Na quinta-feira, o presidente americano, Donald Trump, acusou Teerã de tentar esconder dos iranianos e do mundo a “enorme violência” no país ao cortar a Internet.

O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas expressou preocupação com as informações que afirmam que a munição de verdade foi usada pelas forças de segurança para reprimir os distúrbios, causando um “número significativo de mortes”.

As autoridades relataram cinco mortes, enquanto a Anistia Internacional declarou que mais de 100 manifestantes haviam morrido nos protestos pacíficos.