Entra ano, sai ano e a velha caderneta de poupança ainda atrai os brasileiros. Nem a baixa rentabilidade nem o crescimento da concorrência com os fundos tiraram o interesse dos poupadores de carteirinha. Muito pelo contrário. De 1999 até agora, aumentou de 24% para 35% o número de pessoas no País que colocam seu dinheiro no cofrinho. Mas há outro fenômeno curioso. Além de ser tradicionalmente conhecida por ser uma aplicação para pessoas de baixa renda, a poupança atrai também os mais endinheirados. Dos brasileiros que pertencem à classe A, 57% deles reservam parte de seus recursos para aplicar na poupança, mesmo tendo à sua disposição os
fundos mais apimentados do mercado. Esse é o resultado de
uma pesquisa feita pela Abecip (Associação Brasileira das
Empresas de Crédito Imobiliário).

A principal explicação para o aumento da procura pela caderneta e a fidelidade ao produto é a preocupação em diversificar o risco. A questão da segurança da caderneta é apontada por 28% dos investidores na pesquisa como seu principal atrativo. ?Para os brasileiros, a poupança ainda simboliza o que tem de mais seguro em investimento?, afirma Décio Tenerello, presidente da Abecip. Em momentos de estresse no mercado financeiro, a poupança é vista pelo poupador rico como um porto seguro. Mas o brasileiro sabe que o rendimento é baixíssimo. Com uma rentabilidade de cerca de 0,90% ao mês, a poupança fica em torno de 0,3% a 0,5% ao mês abaixo dos fundos de investimentos mais conservadores. Apesar disso o número de brasileiros que aplica na caderneta tem aumentado ano a ano. Por outro lado o volume financeiro não tem seguido uma regra. Em agosto, por exemplo, o valor de depósitos menos saques ficou no vermelho em R$ 1,2 bilhão. É o reflexo da baixa rentabilidade.