Milhões de pessoas participaram nesta segunda-feira (21) de um exercício de simulação de desastres realizado simultaneamente em todo o México, após mais de um ano de suspensão desses exercícios devido à pandemia da covid-19.

Ainda com a lembrança do último grande terremoto que abalou o centro do país em setembro de 2017, com 370 mortos, os mexicanos tiveram que incorporar este ano o uso de máscaras faciais e o distanciamento social para evitar o contágio.

Segundo as autoridades, cerca de seis milhões de pessoas participaram na Cidade do México.

A operação teve início com o acionamento do alerta sísmico às 11h30 locais (13h30 de Brasília) em mais de 12 mil alto-falantes distribuídos na cidade de nove milhões de habitantes. Cerca de 200 dispositivos falharam, de acordo com relatórios oficiais.

Na avenida turística Reforma, na capital, onde se concentram grandes corporações e repartições públicas, milhares de pessoas evacuaram os prédios quando soou o alerta, desta vez com um sino mais suave que o original. Nem todo mundo manteve a distância adequada.

Helicópteros da Proteção Civil sobrevoaram a metrópole, e bombeiros também chegaram em algumas áreas para testar sua resposta.

“Não devemos deixar de fazê-los (os exercícios) pela questão dos protocolos, para saber o que fazer quando for real hoje ou amanhã”, disse Christian Cabarcos, uruguaio de 39 anos que mora na capital desde 2004.

O teste acontece em um momento em que o México completa 21 semanas de declínio em seus indicadores de mortes e hospitalizações devido à covid-19. A pandemia causou 231.187 mortes no país de 126 milhões de habitantes.

O exercício foi baseado em um hipotético terremoto de magnitude 8,1 com epicentro na costa do estado de Guerrero, no sul, e uma percepção muito forte na Cidade do México.

Nas grandes avenidas onde estão localizados escritórios públicos e privados, as pessoas foram agrupadas em brigadas, enquanto o pessoal da proteção civil realizava fiscalizações.

A participação foi ligeiramente menor nas áreas residenciais da capital, de acordo com reportagens da imprensa local.

A Promotoria da Cidade do México está investigando a morte de uma mulher no bairro do Valle, depois que as redes sociais especularam que ela havia morrido após escorregar durante a prática do exercício.

Em outros estados como Nuevo León (norte), onde não há atividade sísmica, foi simulado um incêndio.

Embora se realizem desde 2014, estes ensaios adquiriram um significado especial no México em 19 de setembro de 2017 por causa de uma coincidência trágica.

Na ocasião, após uma simulação convocada nos 32 anos do terremoto mais mortal de que se tem registro no México, o centro do país tremeu com um sismo de magnitude 7,1, que matou 370 pessoas, 228 deles na capital.

Naquele dia, em 19 de setembro de 1985, um terremoto de magnitude 8,1, que deixou mais de 100 mil mortos e centenas de casas e edifícios destruídos.