Autoridades mexicanas e canadenses reafirmaram nesta quarta-feira o compromisso com um acordo trilateral do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), explicando que reuniões bilaterais entre os diferentes membros fazem parte do processo de negociação. “O Canadá acredita muito no Nafta como um acordo trilateral e isso é simplesmente uma declaração da realidade”, disse a ministra de Relações Exteriores canadense, Chrystia Freeland.

Após reunião com os ministros mexicanos Luis Videgaray e Ildefonson Guajardo, Freeland disse, ainda, que “estamos muito comprometidos em modernizar o Nafta como um acordo trilateral”. Guajardo, que é o principal negociador do México nas conversas sobre o Nafta, disse que reuniões bilaterais como a que o México planeja em Washington na quinta-feira fizeram parte do processo de renegociação, que já dura um ano. Ele observou que Freeland também se encontrou recentemente com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer. “Não vamos ficar confusos. Está claro que é apenas um método e não está indo em nenhuma direção que não seja um acordo trilateral”, afirmou Guajardo.

A questão sobre se o Nafta continuará como um pacto de três membros veio após comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada. Ele sugeriu que Washington poderia estar próximo de chegar a um acordo com o México e que negociações bilaterais com o Canadá poderiam vir depois. Autoridades mexicanas apontaram que estão comprometidas em concluir um acordo para retrabalhar o pacto comercial de 24 anos este ano se possível, mas Guajardo e Freeland expressaram sua contínua oposição à proposta americana para uma cláusula de expiração sob a qual o Nafta expiraria em cinco anos a menos que fosse renovado pelos membros.

Guajardo disse que os executivos com os quais ele conversou dizem que poderiam fazer um grande esforço para aumentar o conteúdo regional em automóveis e melhorar as condições de trabalho na indústria automobilística, como os EUA exigiram, mas desejam certeza a longo prazo para isso. “É um esforço factível, desde que não haja incerteza no horizonte. Você não pode pedir à indústria automobilística que projete um novo modelo de negócio ao mesmo tempo em que diz que, daqui a cinco anos, pode mudar de opinião”, afirmou o mexicano.

Freeland ecoou essas opiniões e apontou que o Canadá acredita que essa cláusula iria “contra toda a ideia e propósito da modernização do Nafta”. Fonte: Dow Jones Newswires.