A Huawei anunciou o aumento de 23,3% da sua receita no primeiro semestre de 2019, apesar da crescente pressão dos Estados Unidos contra a sua expansão no mercado internacional. A principal companhia de tecnologias da China afirmou que a receita nos seis primeiros meses atingiu US$ 58,2 bilhões, com margem de lucro em 8,7%.

Em nota divulgada nesta terça-feira (30), a Huawei disse que os resultados positivos foram impulsionados pelo aumento de vendas de smartphones dentro da China e novos acordos para o fornecimento de conectividade 5G para diversos países. A companhia está atrás apenas da Samsung na produção de aparelhos celulares e disputa com rivais europeias a liderança do novo mercado 5G.

Este foi o primeiro balanço divulgado desde maio, quando o governo dos EUA classificou a Huawei como empresa com restrições para fazer negócio com companhias norte-americanas. A decisão incidiu no afastamento de gigantes do setor, como Google e Microsoft. Posteriormente, Washington recuou em alguns pontos.

O governo de Donald Trump acusa a Huawei de espionar para Pequim, o que é negado pelos executivos. Além de evitar a entrada da empresa em seu território, os EUA fazem pressão para que aliados restrinjam as operações da chinesa. Os diretores da Huawei afirmaram que as restrições podem causar prejuízo de até US$ 30 bilhões em curto prazo.

“Dada a base que estabelecemos no primeiro semestre do ano, continuamos a crescer mesmo depois de termos sido adicionados à lista [de restrições]. Isso não quer dizer que não teremos dificuldades pela frente. Isto pode afetar o ritmo do nosso crescimento no curto prazo”, afirmou o presidente da Huawei, Liang Hua, nesta terça.

As vendas de smartphones da Huawei dentro da China, o principal mercado mundial, tiveram alta de 31% no segundo trimestre deste ano, segundo a companhia de pesquisa Canalys. Em comparação, a Apple teve redução de 14% no mesmo período. Segundo a pesquisa, 64% dos aparelhos produzidos pela Huawei foram para o mercado chinês.