Mesmo com a vacinação contra a covid-19, a população mundial terá que seguir os protocolos sanitários e manter os cuidados – como uso de máscara e distanciamento social – por pelo menos dois anos. A avaliação é da pesquisadora e pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Margareth disse, em entrevista à Folha de S.Paulo, que teremos que manter os cuidados por muito tempo. Afirmou ainda que esse vírus não vai desaparecer das nossas vidas nunca mais e lembrou que nada foi tão pandêmico.

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“No Brasil, não há um município que não tenha caso registrado. O vírus vai ficar endêmico. Portanto, o fato de ser vacinado não nos isenta de andar de máscara pelos próximos dois anos, por exemplo. De termos cuidado com ambientes fechados, de solicitarmos testes negativos para embarcar em voos internacionais.”

A pesquisadora disse ainda que as mutações, verificadas principalmente no Reino Unido, não causam impacto na eficácia das vacinas que já estão sendo produzidas. No entanto, alerta sobre a necessidade de medidas de contenção e de cuidados neste fim de ano.

Ela considera este aumento na transmissão pode estar mais atribuível às aberturas do que à própria cepa mutada. E alerta que o mesmo pode acontecer no Brasil.

Margareth também criticou o discurso do presidente Jair Bolsonaro contra a vacina. Para ela, trata-se de um “discurso equivocado e obscurantista que só vai ser quebrado na medida que nós, de maneira consistente e transparente, dissermos a verdade às pessoas”.