A cinco semanas das eleições legislativas, a chanceler Angela Merkel forneceu, neste sábado (21), um apoio firme ao seu pupilo conservador Armin Laschet, em queda nas pesquisas, elogiando suas qualidades para sucedê-la à frente da Alemanha.

A líder de 67 anos se envolveu pela primeira vez na campanha de seu partido conservador, a União Democrata Cristã (CDU), e insistiu nos valores de Laschet e sua capacidade de “construir pontes entre as pessoas”.

“Sempre foi importante para ele colocar a dignidade individual e inalienável no centro de tudo”, disse durante um ato de campanha em Berlim.

“Estou profundamente convencida de que é justamente com esta atitude que servirá aos alemães como chanceler”, acrescentou a líder conservadora, que encerrará seus 16 anos no poder.

– Merkel entra na campanha –

Este apoio chega em um momento delicado para o candidato da CDU, que perde força nas pesquisas e está ameaçado tanto pelos sociais-democratas do SPD quanto pelos Verdes.

Até agora, a chanceler se manteve muito discreta na campanha e deixou o campo aberto para seu sucessor.

As autoridades políticas “que encerram seu trabalho devem se abster” de se envolver em uma campanha. “É minha atitude e minha profunda convicção”, insistiu durante este ato com quase 100 espectadores, entre eles seu próprio sucessor na CDU.

O comício foi também um dos últimos discursos eleitorais da chanceler, que depois de 31 anos de carreira e quatro campanhas vitoriosas para a chancelaria, ainda desfruta de alta popularidade na Alemanha.

Na segunda-feira (23), voltará a se encontrar com Armin Laschet para celebrar os 75 anos da fundação do estado regional mais populoso do país, Renânia do Norte-Vestfália, que seu sucessor governa há quatro anos.

O partido conservador e seu irmão bávaro, o CSU, contam com uma intenção de voto de 22%-23%, contra cerca de 30% há algumas semanas. A queda é vertiginosa desde o início do ano, quando tinha 36%.

Laschet criticou seus dois principais adversários, sociais-democratas e ambientalistas, afirmando querer “lutar com tudo para que este país não seja governado por ideólogos”.

Seu partido conservador “quer governar não porque tenha vontade de governar, mas porque devemos governar para que a Alemanha continue no caminho certo”, disse.

– A ascensão social-democrata –

Os sociais-democratas do SPD, liderados pelo ministro das Finanças, Olaf Scholz, estão alcançando os conservadores.

Este partido onipresente na política alemã depois da guerra está protagonizando uma reviravolta, com 21% das intenções de voto.

Por outro lado, o fenômeno do partido ambientalista dos Verdes parece cair e agora tem 17% das intenções de voto quando em abril, após anunciar sua candidata Annalena Baerbock, chegou a superar os conservadores.

Eleito em janeiro à frente do CDU, Laschet, de 60 anos, sofreu para se impor como chefe da CDU-CSU, contra seu rival bávaro Markus Söder.

“Armin, pode contar com meu apoio, digo isso com toda a honestidade”, afirmou Söder neste sábado em Berlim.

No entanto, também lançou um alerta, advertindo que a tendência atual é “clara”.

“Será muito acirrado e todo o mundo deve entender” que é tudo ou nada, disse. “Não tenho nenhuma vontade de ir para a oposição”, afirmou.