Os países do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – pedirão em bloco para refinanciar suas dívidas com organizações internacionais para enfrentar os efeitos da pandemia da COVID-19, anunciou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Antonio Rivas.

“A solicitação será feita no nível do bloco e o financiamento será gerenciado por cada país de acordo com suas necessidades”, destacou o ministro das Relações Exteriores no segundo dia de sessões anteriores à cúpula do Mercosul, na quinta-feira, 2 de julho.

A reunião presidencial será realizada pela primeira vez por teleconferência e assinaturas digitais também serão usadas para legalizar as decisões tomadas sob essa nova modalidade no acordo de integração regional.

Os ministros da Economia e Finanças discutiram o refinanciamento em um fórum que ocorreu na tarde desta terça-feira.

As autoridades do Mercosul planejam aprovar na quinta-feira um fundo especial de cerca de 1,5 bilhão de dólares para enfrentar a pandemia por meio dos Fundos Estruturais do Mercosul.

“Vamos tomar todas as previsões até que essa situação seja aplacada e o sistema de equipamentos sanitários dos quatro países seja fortalecido”, afirmou o ministro.

No mesmo sentido, os quatro parceiros analisam uma redução temporária de tarifas para facilitar o comércio intrarregional, profundamente enfraquecido pelo fechamento de fronteiras devido à crise da saúde.

O Paraguai deve entregar a presidência pro tempore do bloco ao Uruguai na quinta-feira na reunião presidencial que terá a presença virtual dos quatro chefes de Estado: Alberto Fernández, da Argentina; Jair Bolsonaro, do Brasil; Mario Abdo, do Paraguai; e Luis Lacalle Pou, do Uruguai. Sebastián Piñera, do Chile, também participará da reunião ampliada com os presidentes dos Estados associados; Jeanine Añez, da Bolívia; e Iván Duque, da Colômbia.

Como convidado especial estará o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, o espanhol Josep Borrell.

Após 20 anos de negociações, a UE e os países do Mercosul chegaram a um acordo comercial em junho de 2019 que enfrenta uma revisão legal antes da assinatura formal, antes do processo de ratificação parlamentar.