O dólar desacelerou a alta num primeiro momento e passou a cair, com nova mínima abaixo dos R$ 4,20, em R$ 4,1990 (-0,15%), após o Banco Central ter atribuído ao feriado em São Paulo, amanhã, o cancelamento dos leilões conjugados de venda de moeda à vista com venda de swap cambial reverso e de swap cambial tradicional, que estavam programados para hoje e esta quarta-feira. Na máxima de hoje, o dólar à vista já subiu até R$ 4,2195 (+0,33%) – maior valor nominal do Plano Real.

Para Jefferson Rugik, diretor-superintendente da Correparti, o aviso de cancelamento “unilateral” por parte do Banco Central e, em cima da hora, pode ser uma nova estratégia do BC para fazer algo diferente, como um leilão no mercado à vista sem prévio aviso.

“Há grandes chances do BC fazer leilão à vista sozinho”, aposta. Rugik diz que acredita que o BC está dando um recado prévio ao mercado de que ele (BC) está atento. “Esse sinal gera preocupação sobre uma possível intervenção mais radical do BC e o próprio investidor se antecipa, vendendo e tirando a pressão maior sobre a taxa”, observa.

“Ao dizer que a razão da suspensão dos leilões é o feriado de amanhã, o BC apagou qualquer especulação nas mesas e o dólar ajustou-se em baixa, que é o sinal predominante no exterior em relação a outras divisas emergentes ligadas a commodities”, acrescenta Vanei Nagen, responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos. “Mesmo assim, ainda segue forte (a cotação), mas hoje pode cair por causa do viés de baixa predominante lá fora ante divisas emergentes e por que subiu muito internamente”, comenta.

O mercado cambial está na expectativa agora pela audiência do presidente do BC, Roberto Campos Neto, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.