O mercado praticamente ignora um possível novo adiamento da votação da reforma da Previdência, agora que o governo decretou intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. A Bovespa opera em queda moderada nesta sexta-feira, 16, mas as influências são principalmente externas.

A leitura é que os investidores já não contavam com as mudanças nas regras de aposentadorias e pensões no País, diante da dificuldade do Planalto em angariar os 308 votos necessários para a aprovação da proposta na Câmara.

Pouco antes do fechamento deste texto, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu que, com a votação no Congresso do decreto da intervenção no Rio, será mesmo difícil analisar a reforma nas próximas semanas.

Além disso, enquanto a intervenção vigorar, não pode haver alteração na Constituição, ou seja, nenhuma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) pode ser aprovada.

Segundo ele, diante desse novo impasse, o texto terá que ser adiado. “Se votar o decreto da intervenção dia 21, vai ser difícil votar a Previdência até o dia 28. Não dá para num dia votar o decreto, e no outro dia suspender”, afirmou.

A Bovespa começou o dia em leve alta, mas, pouco antes do fechamento deste texto, migrou para o território negativo, com fôlego limitado após acumular valorização de mais de 4,0% só nos últimos dois pregões.

No pré-mercado em Wall Street os índices futuros das bolsas de Nova York também perderam força e diminuíram os ganhos, o que pesou na Bolsa aqui. Às 10h37, o Ibovespa recuava 0,24%, aos 84.055,96 pontos.