O real tamanho da economia verde é uma incógnita. Mas, é imenso. Um indicador veio da secretária de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, que aproveitou a Cúpula de Líderes pelo Clima, realizada no último mês de abril, para afirmar que a transição rumo a um modelo de produção de baixo carbono tem potencial para movimentar US$ 23 trilhões até 2030.

Diante da cifra milionária, as startups começam a enxergar na agenda uma possibilidade rentável de negócios. De acordo com estudo realizado pela Ace Cortex, no Brasil existem 343 startups com soluções relacionadas à pauta do ESG (de um total de mais de 12 mil startups). Destas, 180 atuam com soluções para o meio ambiente, 130 estão relacionadas a impacto social e 33 a serviços de governança. O curioso é que, internamente, as questões ligadas à governança do tema são bem frágeis.

Enquanto 92% dos entrevistados acreditam que as premissas do ESG irão impactar o futuro das empresas, apenas 40% indicam que suas companhias possuem estratégia clara em ao menos um dos pilares (ambiental, social e governança). “Durante a pesquisa ficou latente que a liderança precisa entender o que é o ESG ou suas empresas terão problemas de engajamento com os funcionários e de reputação diante de investidores e consumidores”, disse Luis Gustavo Lima, CEO da Ace Cortex. “Ainda vivemos em uma fase de greenwashing, em que as ações são mais para resultados de marketing do que para impactos relevantes”, disse Lima.

Se todos que acreditam no discurso começarem a praticá-lo de fato, as receitas ligadas à economia verde podem trazer muito mais dígitos do que se espera.

(Nota publicada na edição 1222 da Revista Dinheiro)