Enquanto o mercado de trabalho gerou 131 mil postos com carteira assinada em julho, houve queda de 18,3 mil vagas para aprendizes de 14 a 24 anos.

Essa é a conclusão do estudo realizado pela Kairós Desenvolvimento Social, especializada em monitoramento de políticas públicas e diagnóstico social, com base no boletim divulgado em 21/08 do Caged.

+ CIEE registra aumento no número de vagas de estágio e aprendizagem
+ Desemprego em julho atinge 13,1% da população, aponta PNAD Covid19

Desde 2006, após a regulamentação da lei da aprendizagem em dezembro de 2005, julho de 2020 representa o pior resultado da série histórica.

Segundo o levantamento, são 77,6 mil postos de trabalho a menos para esses adolescentes e jovens desde abril, quando começaram os efeitos da pandemia no mercado de trabalho. O número também é o pior para o período desde 2006.

Além de acelerar os índices de desemprego nessa faixa etária, a queda de vagas de aprendiz tem impacto na permanência na escola e nas condições de vida de famílias mais pobres, segundo análise da Kairós.

“Isso é uma tragédia social. Esses deveriam ser os últimos empregos a serem sacrificados, pois têm um grande impacto na vida da população mais pobre”, afirma, por nota, Elvis Cesar Bonassa, diretor da Kairós, responsável pelo levantamento e cálculo dos dados.

As vagas de aprendiz constituem uma forma estrutural de inclusão social e produtiva prevista em lei. As empresas – excetuando microempresas e empresas de pequeno porte – têm a obrigação legal de manter adolescentes e jovens aprendizes em número equivalente a uma parcela entre 5% e 15% do total de funcionários.