Por uma medida do mercado de petróleo, os investidores mostram-se cada vez mais céticos ante a possibilidade de que o governo federal dos Estados Unidos imponha um controverso imposto de ajuste nas fronteiras.

Os futuros de petróleo tipo Brent têm sido negociados com um prêmio em comparação com os futuros do WTI. Essa diferença entre os contratos tem acompanhado as visões do mercado sobre o imposto na fronteira e agora parecem sinalizar expectativas em declínio sobre o tema, segundo o Deutsche Bank.

O imposto iria representar uma taxa para importações e isentar exportações. A versão proposta pelos republicanos no Congresso provavelmente levaria as refinarias nos EUA a trocar boa parte de seu petróleo comprado no exterior pela produção local. Ao mesmo tempo, subsídios à exportação podem levar a uma maior demanda no exterior. Somados, esses movimentos levariam o petróleo nos EUA a uma alta de 25% em relação ao petróleo internacional, previu o Goldman Sachs no mês passado.

Há, porém, cada vez mais dúvidas sobre se a taxa se materializará como proposta. O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou-a em meados de janeiro. Ao mesmo tempo, há interesses corporativos dos dois lados da proposta e uma mudança do tipo quase certamente enfureceria os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Alguns estrategistas de mercado advertem que os investidores mostram muito otimismo sobre um imposto de larga escala, mas medidas como a diferença nos preços do petróleo sugerem que o pessimismo sobre o tema pode estar ganhando força.

Analistas acreditam que alguma reforma tributária pode ser aprovada, mas não necessariamente se refletir no mercado de petróleo. Trump pode ainda dar novidades sobre suas visões em relação ao assunto ao falar em uma sessão conjunta do Congresso na semana que vem ou quando a Casa Branca divulgar suas própria propostas tributárias. Fonte: Dow Jones Newswires.