Com uma crise interminável no mercado de chips (semicondutores), responsáveis por toda a parte operacional dos carros, os automóveis usados passam pela melhor fase da história no segmento. Ao invés de perder valor, cumprindo a ideia do “carro novo perde valor assim que sai da concessionária”, carros usados e seminovos estão valorizando até 20%.

Dados da Fenabrave – a representante das concessionárias – mostram que, ainda que atingido pela falta de produtos, as vendas até agosto registraram 7,59 milhões de carros vendidos, número 48,8% superior ao de 2020 e 6,6% acima do mesmo período de 2019, quando ainda não existia pandemia. A instituição projeta encerrar o ano com mais de 11 milhões de veículos vendidos.

+ Vinho supera carro e relógio como investimento de luxo

A divisão de Pesquisa e Estudos Econômicos do Bradesco reforça a tese de que o mercado de usados vive sua melhor fase: para cada automóvel zero vendido no ano, foram comercializados 6,5 usados. Este é o maior nível da série histórica realizada desde julho de 2004 pelo banco e bem acima do verificado entre 2015 e 2016, quando ficou em 5,5, segundo dados obtidos pelo jornal Estado de SP.

Outro ponto de atenção está nos preços, influenciados pela dinâmica de crise no mercado. Dados do IPCA, índice que mede a inflação dos preços ao consumidor, apontam que os veículos zero acumularam alta de 9,8% nos 12 meses encerrados em agosto, enquanto os usados registraram alta de 12,5%.