Papéis avulsos

As ações preferenciais da Oi fecharam acima de R$ 4 pela primeira vez em seis meses no pregão da quarta-feira 11. O que motivou a alta foi a expectativa de que o novo plano seria apresentado à Justiça, o que se confirmou na noite da quarta-feira 11, quando a Oi protocolou a nova versão do plano na Sétima Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio. Pelo novo plano, acionistas e detentores de bônus vão injetar R$ 6 bilhões em dinheiro novo, em uma capitalização que pode chegar a R$ 9 bilhões. Envolvida em uma dívida de R$ 64 bilhões e em recuperação judicial, a Oi é vista, pelo governo, como uma empresa grande demais para quebrar. Além das dívidas de R$ 14 bilhões com diversas esferas do setor público, a companhia emprega 140 mil pessoas e gera bilhões de reais em impostos e contribuições para o governo. Isso elevou os preços das ações, que, mesmo tendo baixa liquidez há tempos, vêm sendo acompanhadas de perto pelos investidores.

 

Aviação

As estratégias de Azul e Gol

As empresas aéreas listadas em Bolsa vêm mantendo seus processos de ajuste. A Azul anunciou, na quarta-feira 11, que vendeu dez das suas aeronaves para a empresa dinamarquesa de leasing Nordic Aviation Capital por R$ 325 milhões, para reduzir seu endividamento, que estava em R$ 3,6 bilhões no fim do segundo trimestre. Já a Gol, que anunciou um aumento de 12% a 15% nas margens graças à redução de custos, está negociando um acordo com a aliança global SkyTeam, para aumentar a receita de viagens internacionais. No ano, as ações da Gol sobem 234%.

 

Governança

Mudança no conselho da BR Malls

A empresa de participação em shopping centers BR Malls anunciou, na segunda-feira 9, a ascensão de Claudio Bruni para a presidência do Conselho. Bruni vai suceder Pedro Damasceno, que faleceu no sábado, dia 7 de outubro. Vitimado por um enfarte fulminante aos 47 anos, Damasceno era um dos sócios fundadores da gestora de recursos carioca Dynamo, uma das maiores acionistas da BR Malls. No ano, as ações da empresa de shoppings sobem 35,5%.

 

Touro x Urso

Mesmo com uma leve realização de lucros na quarta-feira 11, o Índice Bovespa cravou mais um recorde na terceira semana de outubro, atingindo 76.897 pontos na terça-feira 10. O mercado continua comprado na ideia de avanço nas reformas e nas privatizações, em especial as vendas de ativos do setor elétrico. A queda do dólar, e a continuidade do fluxo de investimentos internacionais para o Brasil, também contribuem para a alta das ações.

 

Destaque no pregão

Até onde vai a pressão da Sabesp?

Os investidores se animaram com a decisão do governo de São Paulo, anunciada antes do pregão da segunda-feira 9, de reajustar as tarifas da Sabesp em 7,89%, acima dos prognósticos anteriores, que eram de 4,4%. Segundo analistas do ScotiaBank, a revisão tarifária terá um impacto positivo, embora limitado, nas ações. O mercado recebeu bem a notícia. Os papéis chegaram a subir 3,5%, para fechar com 2,1% de alta. No ano, a valorização acumulada é de 20,8%. A Sabesp está passando por um processo de reestruturação societária, que pretende aumentar a influência do setor privado sobre a companhia, mesmo que ela mantenha seu controle estatal. Apesar disso, os analistas da corretora do Citibank recomendam a venda das ações.

Palavra do analista:
Segundo os analistas da corretora do Citibank, o preço-alvo das ações é de R$ 27,10, abaixo do fechamento de R$ 33,50 da quarta-feira 11. Com isso, eles recomendam a venda dos papéis, por acreditarem que as boas notícias já estão refletidas nas cotações.

 

Varejo

A receita digital do Carrefour

O Carrefour anunciou, na segunda-feira 9, que vai lançar um aplicativo para a venda de alimentos pela internet. A varejista francesa também vai seguir os passos do Pão de Açúcar, seu principal concorrente, e lançar um programa de fidelidade. Essas iniciativas visam ampliar as margens da rede na venda de alimentos, segmento em que diz ser mais forte do que as concorrentes. Até aqui, a vida dos investidores não tem sido fácil. Apesar de as ações terem subido 6,7% desde a estreia no pregão, no dia 19 de julho, as cotações caíram no início de outubro, com notícias de troca no comando.

 

 

Mercado em números

LOCALIZA
R$ 1 bilhão – Foi quanto a empresa de locação de veículos captou por meio da emissão de R$ 650 milhões em debêntures e de R$ 350 milhões em notas promissórias

HELBOR
R$ 280 milhões – É quanto a incorporadora pretende captar por meio da emissão de 140 milhões de ações ordinárias. A emissão foi aprovada, e será lançada quando as condições de mercado forem favoráveis

BR PROPERTIES
R$ 84 milhões – Foi quanto a empresa de investimentos imobiliários captou com a venda de um edifício corporativo na rua Henrique Schaumann, em São Paulo

ITAUSA
153 milhões – É o novo número de ações que a holding que controla o banco Itaú Unibanco poderá comprar para manter em tesouraria. O limite anterior era de 100 milhões de ações

KROTON
1,5% – Foi a redução na base de alunos da empresa de educação no fim do terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2016, para 901,6 mil alunos