Ouça em áudio a reportagem sobre a projeção para os juros em abril

 

 

Não é mais uma questão de quando, mas sim de quanto. Após a divulgação da ata do Copom, nesta quinta-feira, 24, o mercado já não tem dúvidas de que a taxa básica de juros vai subir em abril. As discussões passaram para a dimensão do aumento, que pode variar de 0,25 ponto porcentual a 0,75 ponto porcentual.

De acordo com a ata, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) “elevou-se em relação ao valor considerado na reunião do Copom de janeiro e se encontra sensivelmente acima da projeção central de 4,50% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)”. Isso evidencia a pressão inflacionária que o bom desempenho da atividade econômica vem gerando no mercado brasileiro.

Outro dado importante, divulgado hoje, e que também pressiona a taxa Selic para cima, é o do desemprego. Apesar da taxa ter crescido, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 7,2% para 7,4% em fevereiro, o valor ficou abaixo da projeção e é o menor registrado para o mês desde o início da série histórica. ?O dado mostra que a atividade econômica está em ritmo acelerado?, aponta Cláudio Gonçalves, economista da Plurimax Asset Management.

Para o estrategista-chefe do Credit Agricole, Vladimir Caramaschi, a próxima reunião do Copom, marcada para abril, vai culminar com um aumento de 0,5 ou 0,75 ponto porcentual. ?Acredito em um aumento de 0,5 p.p., mas não está descartada a hipótese de 0,75 p.p.?, afirma. Para o economista, do ponto de vista de credibilidade do Banco Central, é melhor que o ciclo de aumento de juros inicie em abril, quando terá sido confirmada a saída de Henrique Meirelles da presidência do órgão. ?O novo presidente subindo os juros logo de cara sinaliza que a política monetária será mantida, independentemente do cenário político?, diz.

Gonçalves também tem certeza de uma alta da Selic em abril, mas acredita em um aumento de 0,25 ou meio ponto porcentual.

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