BRASÍLIA (Reuters) -O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, disse nesta terça-feira que o banco não trata do novo marco fiscal e que um seminário que será realizado sobre política econômica não terá incidência na elaboração do instrumento que vai substituir o teto de gastos.

“Debater é bom para o Brasil. Discutir é muito bom. Agora, o BNDES não participa da construção do novo arcabouço fiscal. Não é a nossa competência”, disse Mercadante a jornalistas após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na sede do ministério.

“Estamos fazendo um seminário, trazendo importantes economistas para debater o que está acontecendo no mundo sobre temas relevantes, investimento de longo prazo e coordenação de política macroeconômica. Isso não tem nenhuma incidência direta sobre o marco fiscal, que é de competência do ministro Haddad, do Ministério da Fazenda”, acrescentou.

Segundo o presidente do BNDES, Haddad foi convidado para encerrar o seminário.

Na semana passada, Mercadante havia dito em entrevista ao SBT que poderia participar do debate do marco fiscal, mas depois ele negou ao UOL, na segunda-feira, que vá “competir” com a Fazenda sobre a elaboração do novo instrumento.

Após a reunião desta terça, Mercadante disse também que o Congresso pode discutir as linhas gerais do comércio exterior, mas não cada empréstimo que o banco de fomento realiza. Ele destacou que não há nenhuma empresa de construção civil no exterior pedindo recursos do banco.

“O BNDES não financia obras no exterior. Não existe essa política pública. O BNDES pode financiar empresas que fazem obras no exterior”, disse.

“Nesse momento, não tem nenhuma empresa de construção civil pedindo qualquer linha de financiamento no BNDES. Inclusive, em relação a esse projeto (gasoduto de Vaca Muerta, na Argentina), não existe demanda de engenharia no BNDES, então essa agenda não é com o BNDES”, acrescentou.

O presidente do BNDES também negou ter discutido com Haddad sobre metas de inflação. Nesta terça-feira, o dólar subia com força em meio a temores de nova pressão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por alterações na meta de inflação do país e redução no nível dos juros.

(Reportagem de Victor BorgesEdição de Alexandre Caverni e Pedro Fonseca)

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