Olá, pessoal, tudo bem? Das poucas coisas positivas do período eleitoral, eu gostaria de destacar um slogan utilizado pelo então candidato do PSL, Jair Bolsonaro: “Menos Brasília, Mais Brasil”. A ideia, segundo o presidente eleito, é enxugar a máquina pública, reduzir a presença do Estado na economia e estimular o empreendedorismo. Na teoria, é fantástico. Tomara que o próximo governo consiga, de fato, colocá-la em prática. Melhor ainda se esse conceito por estendido para todos os Estados, cuja situação das contas públicas é caótica.

Antes de analisar o drama fiscal dos governadores, eu queria apenas resumir os motivos pelos quais eu defendo um Estado mais enxuto. Os serviços públicos são, em sua maioria, ruins e custam muito para a sociedade através de impostos. O Brasil tem carga tributária de país rico com prestação de serviços de país pobre. Quem tem recursos, prefere pagar por saúde, educação e segurança, serviços públicos que deveriam ser bons e gratuitos. Vocês já repararam que os políticos sempre tratam suas doenças em hospitais privados? Pois é. Nem eles confiam nos serviços pelos quais são responsáveis.

Além disso, o poder público é claramente menos eficiente que a iniciativa privada na maior parte do mundo. O Brasil, infelizmente, não é uma honrosa exceção. Sendo assim, todas vez que o governo aumenta a carga tributária, se tira dinheiro do setor privado (eficiente) e se transfere para o setor público (ineficiente). Qual é a lógica econômica? Nenhuma. Para citar apenas um exemplo: precisamos de uma estatal, como a Infraero, para cuidar de aeroportos e ainda gerar prejuízo aos cofres públicos? Juro que não é perseguição minha, mas os banheiros dos aeroportos administrados pela Infraero estão sempre mais sujos do que os banheiros dos aeroportos sob concessão. Coincidência?

A União não é a única incapaz de fazer uma boa gestão dos recursos públicos. Os Estados quebrados são tão ruins quanto o governo federal. Aos poucos, a equipe do futuro superministro da Economia, Paulo Guedes, está percebendo que o drama fiscal nos Estados é prioridade. Não é à toa que vários governadores eleitos estão se mobilizando para ajudar o governo Bolsonaro a aprovar uma reforma da Previdência que resolva também o rombo nos Estados.

As contas públicas estão no vermelho, incluindo Estados e municípios. O País está virtualmente quebrado. Arrumá-las não será fácil e vai doer na sociedade. Haverá menos serviços públicos e, em alguns casos, mais cobrança de impostos. Se o resultado final for “Menos Brasília, Mais Brasil”, será uma grande vitória dos brasileiros. Caro presidente Bolsonaro, apenas não se esqueça de incluir no seu slogan “Menos RJ, MG, RS, SP…” O governo federal pode – e deve – ajudar governadores e prefeitos, exigindo contrapartidas. Chegou a hora da responsabilidade fiscal no País inteiro.