O presidente do fundo de pensão da Petrobras (Petros), Walter Mendes, afirmou nesta terça-feira, 12, que há chance de o valor do equacionamento do déficit, de R$ 27,7 bilhões, ser revisto, mas isso só vai acontecer se a receita da fundação crescer extraordinariamente e a rentabilidade ultrapassar a meta atuarial, a ponto de compensar perdas passadas. Por enquanto, não há nada no radar que garanta essa revisão.

Mesmo uma dívida bilionária da Petrobras com o fundo só poderá ser considerada no cálculo quando a Justiça se posicionar sobre o caso, se a decisão for favorável aos empregados. Segundo Mendes, “há muito a ser reavaliado e revisto na Petros, mas não dá para esperar por todos os ajustes para equacionar o déficit”.

“Se os ajustes forem grandes o suficiente para mudar o equacionamento, ele será modificado”, afirmou. O executivo disse ainda que cumprirá uma agenda de conversas com sindicatos e assistidos para explicar o plano aprovado pelo conselho deliberativo nesta terça-feira. Mendes sabe que encontrará resistência por parte dos funcionários, mas argumenta que o déficit e a necessidade de equacioná-lo não “deveria causar surpresa”.

O presidente da Petros destacou também que os maus investimentos não foram as únicas causas do déficit e que esse tipo de plano de benefício definido “tem esse risco”. Possíveis irregularidades estão sendo investigadas em auditorias internas e os resultados, encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF). “Estamos reduzindo os ativos de risco. A rentabilidade está melhor do que a meta atuarial”, afirmou.