Membros do Federal Reserve (Fed) ficaram mais temerosos ao alertar que a desaceleração mundial e as guerras comerciais de Donald Trump podem afetar os empregos e a economia americana em geral, segundo um documento da entidade divulgado nesta quarta-feira (9).

Embora as perspectivas ainda sejam boas no momento, dados econômicos mais fracos espreitam no horizonte, alerta o Fed nas atas da última reunião de política monetária.

“Em geral, os participantes da reunião estavam mais preocupados com as tensões comerciais e influências econômicas globais”, diz o texto sobre o que foi examinado nas deliberações de 17 e 18 de setembro.

Vários governadores alertaram que os dados de probabilidade de recessão “aumentaram acentuadamente nos últimos meses”.

A maioria aprovou a redução das taxas de juros, e os analistas de mercado esperam que a mesma decisão seja tomada novamente na reunião do final deste mês para proteger a maior economia do mundo no momento em que as exportações enfraquecem, os custos industriais aumentam e a demanda externa despenca.

No entanto, os membros do Fed estão lidando com uma imagem muito mais complexa, disse a ata, enquanto nuvens sombrias pairam sobre o que era até agora uma economia em constante crescimento com desemprego em nível historicamente baixo.

Embora alguns tenham ficado mais ansiosos, uma minoria dos membros da entidade se opõe a baixar os juros porque o estado atual da economia não justifica tal medida.

Os economistas estimam que a taxa de crescimento do PIB no terceiro trimestre será a mais baixa do ano, mas, mesmo assim, será sólida. Essa visão é compartilhada pelos membros do comitê de política monetária do Fed, que estabelece taxas de juros.

Na última reunião, vários “concordaram que os gastos do consumidor estavam crescendo em um ritmo sólido”, diz a ata.

Mas muitas disseram que as empresas são assustadoras e interromperam os investimentos. Isso pode “reduzir a contratação de trabalhadores, o que, por sua vez, pode atrapalhar o crescimento da renda e do consumo”.

“Em geral, os participantes julgaram que desde a reunião de julho os riscos para as perspectivas econômicas aumentaram”, afirmou o documento.

Após a reunião do Fed em setembro, o Departamento de Comércio informou que o crescimento anual dos gastos do consumidor era o mais fraco em um ano.

Além disso, dados do Departamento do Trabalho mostraram na quarta-feira uma fraqueza na demanda por trabalhadores naquele mês.