A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central revela nesta terça-feira, 31, que os membros do colegiado debateram do dados “mais suaves” de atividade econômica em agosto, mas também a possibilidade de uma retomada mais forte à frente. Em agosto ante julho, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,38% na série com ajuste sazonal.

“Os membros do Copom enfatizaram a visão de que, em decorrência dos níveis atuais de ociosidade na economia, revisões marginais na intensidade da recuperação não levariam a revisões materiais na trajetória esperada para a inflação”, afirma a ata.

O documento informa ainda que o colegiado avalia que a economia deve seguir em trajetória de recuperação gradual. O Copom apontou ainda que os sinais dessa retomada são perceptíveis dessa retomada, citando os avanços observados no emprego, mesmo que ainda em fase inicial. “À medida que a recuperação avança, o crescimento do consumo deveria abrir espaço para a retomada do investimento”, completa a ata.

O Copom avaliou ainda que as perspectivas para a inflação ao longo deste e dos próximos anos têm evoluído conforme o esperado.

Ciclo de cortes

O comitê do Banco Central voltou a discutir, no encontro da semana passada, a questão do atual ciclo de cortes da Selic (a taxa básica de juros da economia). Conforme a ata da reunião, o colegiado entende que, “para uma dada estimativa da extensão do ciclo de flexibilização monetária, o ritmo de flexibilização depende do estágio do ciclo em que a política monetária se encontra, sem que isso necessariamente reflita mudanças no seu cenário básico ou no balanço de riscos”.

Ao mesmo tempo, os membros do colegiado concordaram que a evolução da conjuntura e do balanço de riscos desde a reunião de setembro “se deu como esperado e, dessa forma, mostrou-se compatível com a redução da taxa Selic para 7,5% a.a.” na semana passada.

Na ata desta terça, o comitê também afirmou que o conjunto de indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia. “A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”, registrou o documento.

Por outro lado, o cenário externo tem se mostrado favorável, na visão do Copom, “na medida em que a atividade econômica global vem se recuperando sem pressionar em demasia as condições financeiras nas economias avançadas”. “Isso contribui para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes.”