O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a defender a regularidade e a legalidade do trabalho prestado por ele à J&F, holding do Grupo JBS, cujos controladores foram presos pela Operação Lava Jato.

Meirelles explicou que trabalhou em três projetos ao retornar ao Brasil, depois de ter atuado como presidente global do BankBoston. Um deles foi a criação do Banco Original, que pertence ao grupo J&F.

“Era projeto focado, específico, digital e que não tinha nada que ver com operações gerais do grupo. Evidentemente não havia esse tipo de discussão de participar em ações gerais do grupo, quaisquer que sejam”, disse o ministro em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, gravada na quinta-feira, 18, e exibida na madrugada desta segunda-feira, 22. “Foi um projeto bem sucedido, elogiado internacionalmente. Não há nenhum tipo de complicação decorrente disso ou qualquer outra coisa.”

O ministro disse ainda que sua atuação como presidente do conselho de administração da J&F foi um papel meramente formal. Segundo ele, o colegiado foi criado na esteira da expectativa que os sócios tinham de transformar a holding em uma companhia aberta, o que acabou não se concretizando.

Apontado como um presidenciável nas eleições de 2018, Meirelles disse ainda não temer questionamentos sobre sua relação com a J&F durante eventual campanha. “Acho que será bom (se houver questionamentos)”, afirmou. “Fato é que isso já foi sujeito a alta investigação, provado em todos os níveis.”