O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acenou com o aumento do valor dos benefícios do programa Bolsa Família em 2018. Em café da manhã de fim de ano com jornalistas, Meirelles adiantou que os benefícios terão reajuste pela inflação para refletir a evolução do custo de vida.

“Parece razoável”, disse o ministro.

Mas ele foi além. Disse que, na medida da possibilidade, o benefício poderá ter um “ganho extra” acima da inflação. “Havendo espaço sim (conceder o extra)”, afirmou. Segundo ele, não há decisão, mas “certamente será uma prioridade”.

Meirelles fez questão de destacar que a inflação este ano (IPCA) deve fechar o ano abaixo do piso da meta, que é de 3%. “Está em 2,8%. Vamos aguardar”, ressaltou.

O ministro também considerou importante a definição em 2019 das novas regras do salário mínimo.

Candidatura

O ministro da Fazenda assegurou que a atual política econômica do governo continuará até o fim de 2018, independentemente da sua decisão de sair ou não no ministério em março para concorrer à Presidência da República. Ele admitiu, porém, que é normal que o processo eleitoral seja “cada vez mais importante” a partir de agora na influência sobre as expectativas.

“Não tem dúvida sobre a manutenção dessa política até o fim do governo”, respondeu Meirelles. “Tem que manter a linha e a condução correta e firme da economia. Isso é muito importante e será sempre. É importante continuar essa trajetória até o fim deste governo em 2018”, completou.

Ele evitou, no entanto, especular sobre o seu eventual substituto à frente da pasta a partir de abril. “Se eu for candidato, a decisão sobre o próximo ministro será do presidente da República. E se isso acontecer”, frisou, ao ser perguntado se o secretário-executivo do ministério, Eduardo Guardia, seria o seu sucessor natural.

Perguntado se a falta de definição sobre sua candidatura até março não pode prejudicar a formação de expectativas no mercado para o próximo ano, Meirelles reconheceu que o processo eleitoral cada vez mais influenciará as decisões de consumidores e empresários.

“É inquestionável que cada vez mais se comece a olhar à frente. Qual será a política economia que será aplicada de abril até dezembro, mas também no futuro. Vai voltar atrás, vai continuar avançando? São decisões cruciais”, avaliou o ministro.